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Museu Britânico vai devolver artefatos de 5 mil anos para o Iraque

Todos os oito itens da coleção datam do ano 3.800 a.C. - British Museum
Todos os oito itens da coleção datam do ano 3.800 a.C. Imagem: British Museum

10/08/2018 12h47

Oito artefatos de 5 mil anos que foram levados do Iraque após a queda de Saddam Hussein serão devolvidos ao país depois de terem sido identificados pelo Museu Britânico, em Londres.

Os objetos foram apreendidos pela polícia britânica em 2003, nas mãos de um vendedor de arte que já faleceu.

A coleção passou 15 anos nas mãos do Estado, e recentemente especialistas do museu indicaram que eles vêm de um sítio arqueológico em Tello, no sul do Iraque.

Os itens, que incluem um pingente de mármore em formato de touro, serão apresentados à embaixada iraquiana em Londres nesta sexta-feira.

O diretor do Museu Britânico, Hartwig Fischer, disse que a organização está "absolutamente comprometida com a luta contra o comércio ilícito e os danos ao patrimônio cultural".

Informações escritas nos artefatos

Além do pingente de mármore, a coleção - que data do ano 3 mil a.C. - inclui a cabeça de uma clava (tipo de arma) feita de gipsita, dois estampadores de selos, um pedregulho com inscrições e três cones de argila com escrituras cuneiformes sumérias.

Nenhum dos itens tinha qualquer documentação quando eles foram descobertos na Inglaterra pela Polícia Metropolitana - e o vendedor de arte com quem elas foram encontradas não tentou recuperá-las.

Depois de anos em um depósito da polícia, a coleção foi levada ao Museu Britânico em 2018.

Após decifrar as inscrições nos itens, os especialistas do museu determinaram não apenas a que sítio arqueológico eles pertenciam, mas também de que partes específicas de edificações eles vieram.

As inscrições nos cones tinham o nome do rei sumério que os encomendou, o templo do qual eles vinham e o deus ao qual o templo era dedicado.

Após uma cerimônia de apresentação com o diretor do museu e o embaixador iraquiano no Reino Unido, as antiguidades serão levadas a Bagdá na semana que vem.

O embaixador, Salih Husain Ali, disse que gostaria de mostrar sua "gratidão e apreciação" ao museu e afirmou que a cooperação entre os dois países é "vital para a preservação e proteção do patrimônio iraquiano".