Após 365 dias isolados, cientistas concluem simulação de missão a Marte
Especialistas viveram durante um ano em isolamento numa estrutura em montanha no Havaí, de onde apenas podiam sair vestindo trajes espaciais. Experiência deverá fornecer novos dados à pesquisa espacial.
Terminou neste domingo (28/08) a experiência que simulou durante um ano como seria uma missão espacial em Marte. Após 365 dias de isolamento, os seis pesquisadores encerraram o período de testes numa estrutura na montanha de Mauna Loa, no Havaí, que vai fornecer novos dados à pesquisa espacial.
A experiência tinha como objetivo testar como as três mulheres e três homens conseguiriam viver num espaço reduzido e em condições adversas, durante um período prolongado. Cada um dos cientistas trabalhou num projeto de pesquisa e viveu com recursos limitados, tentando evitar conflitos pessoais. As comunicações com o mundo exterior duravam apenas 20 minutos, o tempo que levaria para transmitir mensagens entre Marte e a Terra.
O período de um ano seria necessário apenas para realizar a viagem a Marte. As tripulações que realizarem essa façanha no futuro terão de sobreviver num ambiente inóspito e aguardar um alinhamento planetário específico para poder realizar a viagem de volta.
O pesquisador francês Cyprien Verseux, um dos participantes da experiência, disse que a simulação comprova que uma provável missão a Marte seria algo realista. "Acredito que os obstáculos tecnológicos e psicológicos possam ser superados", observou.
A alemã Christiane Heinicke, que também fez parte da simulação, afirma que ela e seus colegas conseguiram encontrar água em meio a um ambiente seco. "É possível obter água de um solo aparentemente seco. Isso funcionaria em Marte."
Já foram realizadas três outras simulações na estrutura nas montanhas havaianas, e duas outras, de oito meses de duração, estão planejadas.
A pesquisadora-chefe do projeto, Kim Binstead, disse que os cientistas estavam ansiosos para ir até o mar e comer frutas frescas e outros alimentos aos quais não tiveram acesso durante a experiência.
A simulação financiada pela Nasa (agência espacial americana) e realizada pela Universidade do Havaí foi a segunda mais longa já realizada, atrás de outra na Rússia que durou 520 dias.
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