Bombardeios atingem dois maiores hospitais de Aleppo
Ataques aéreos atingiram os dois maiores hospitais da área controlada por rebeldes na cidade síria de Aleppo, afirmou nesta quarta-feira (28) a ONG Sociedade Médica Sírio-Americana (Sams).
Ambos os hospitais, que estão agora fora de serviço, já haviam sido alvo de ataques anteriores, de acordo com Adham Sahloul, porta-voz da ONG, que dá apoio às clinicas. Ele descreveu os recentes bombardeios como "deliberados".
Não se sabe se os ataques foram executados por forças síria ou russas, aliadas do regime. Ambas vêm bombardeando intensamente o leste de Aleppo nos últimos dias, controlado pela oposição.
No último fim de semana, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, falou no "mais contínuo e intenso bombardeio desde o início do conflito na Síria [em 2011]".
O hospital M10, o maior dos dois atingidos, teve seu gerador completamente destruído, além do sistema de ventilação. Três funcionários ficaram feridos no outro hospital, o M2. "Dois pacientes morreram. Estamos tentando descobrir se foi diretamente por causa do ataque ou porque o tratamento foi interrompido", acrescentou Sahloul à agência de notícias AFP.
O porta-voz alertou sobre graves consequências se a violência continuar na cidade. "Com esses dois hospitais fora de operação, se houver outra ofensiva hoje como as de sábado e domingo, será o mesmo que uma garantia de morte para centenas de pessoas", disse.
Tática de guerra
Segundo a agência de notícias DPA, os dois hospitais atingidos fazem parte de um total de cinco que possuem unidades de terapia intensiva no leste de Aleppo e ainda estavam em funcionamento.
Dezenas de sírios foram mortos em bombardeios em Aleppo desde que as forças do presidente Bashar al-Assad lançaram uma ofensiva para recapturar as áreas controladas pelos rebeldes, na última quinta-feira.
Acredita-se que mais de 250 mil civis estejam sitiados no leste da cidade. Quase dois milhões de pessoas ficaram sem água em Aleppo no último fim de semana, após bombardeios por parte de aviões do regime de Damasco danificarem uma das estações de bombeamento de água e outra ser fechada pelos rebeldes em retaliação.
Nos últimos meses, uma série de hospitais foi destruída ou danificada por bombardeios no país. Segundo organizações de ajuda humanitária, os ataques se tornaram uma tática de guerra.
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