Herdeiro da Samsung é condenado por corrupção
Tribunal sul-coreano sentencia executivo a cinco anos de prisão por envolvimento no escândalo que levou ao impeachment da ex-presidente Park Geun-hye. Processo é classificado de "julgamento do século".O herdeiro e executivo da Samsung, Lee Jae-yong, foi condenado nesta sexta-feira (25/08) por um tribunal da Coreia do Sul a cinco anos de prisão por seu envolvimento no pagamento de propinas em troca de favores da ex-presidente do país Park Geun-hye.A Justiça sul-coreana considerou Lee, de 49 anos, culpado por corrupção e por ocultar ativos no exterior. O tribunal decretou que o vice-presidente da Samsung, mas chefe de facto da maior empresa do país, esteve envolvido na doação de 7,2 bilhões de wons (5,4 milhões de euros) em troca de favores políticos, incluindo o apoio do governo à polêmica fusão de duas subsidiárias do grupo Samsung em 2015.Parte do dinheiro serviu para financiar o programa de equitação na Alemanha da filha da empresária Choi Soon-sil, que ficou conhecida como "Rasputina" e é considerada o cérebro da trama de corrupção que desencadeou o impeachment e a detençãoda ex-presidente Park.O herdeiro do maior conglomerado empresarial do país asiático também foi considerado culpado pelo desvio de 6,4 bilhões de wons e perjúrio por ter oferecido várias versões em seus depoimentos à Justiça. O Ministério Público sul-coreano havia solicitado 12 anos de prisão pelas acusações.A defesa negou as acusações, alegando que a Samsung foi coagida por Park para realizar as doações, e que Lee não estava ciente e nem as aprovou. Outros quatro executivos da multinacional também foram condenados e receberam sentenças de até quatro anos.O processo judicial de Lee, que começou em 9 de março, causou grande expectativa na Coreia do Sul, onde a ação está sendo chamada de "o julgamento do século" devido às repercussões que pode ter para a imagem do maior conglomerado sul-coreano e sua possível influência na sentença futura contra a ex-presidente Park.O veredicto desta sexta-feira pode fortalecer o novo presidente do país, Moon Jae-in, que fez campanha com a promessa de reformar os poderosos conglomerados familiares na Coreia do Sul, também conhecidos como chaebols. Moon prometeu capacitar acionistas minoritários e acabar com a prática de indultar os magnatas corporativos condenados por crimes de colarinho branco.As empresas têm há bastante tempo conexões duvidosas com autoridades políticas e processos judiciais passados contra seus líderes frequentemente terminaram com sentenças brandas ou suspensas, com tribunais justificando suas decisões citando as contribuições dos réus para a economia do país. PV/efe/lusa/rtr/afp/dpa
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