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Conselho de Segurança condena míssil da Coreia do Norte

30/08/2017 06h07

Órgão da ONU recrimina "veementemente" lançamento de míssil balístico que sobrevoou o Japão e exige que Pyongyang suspenda programa nuclear. Pequim, principal aliado, sinaliza afastamento do regime norte-coreano.O Conselho de Segurança da ONU condenou "veementemente" o lançamento pela Coreia do Norte de um míssil balístico que sobrevoou o Japão, numa declaração adotada por unanimidade nesta terça-feira (29/08)."O Conselho de Segurança condena veementemente o míssil balístico lançado pela República Democrática Popular da Coreia [nome oficial do país] que sobrevoou o Japão, assim como múltiplos outros lançados em 25 de agosto de 2017", diz o texto aprovado pelos 15 membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas, incluindo a China, aliada de Pyongyang.Leia mais: Coreia do Norte, da fundação ao programa nuclearA declaração unânime do Conselho de Segurança, que se reuniu sob caráter de emergência a pedido de Tóquio e Washington, descreveu as ações de Pyongyang como "ultrajantes" e insistiu na exigência de que o governo norte-coreano "pare de imediato" com os lançamentos."O Conselho de Segurança, determinado no seu compromisso por uma península coreana desnuclearizada, enfatiza a importância vital de ações imediatas e concretas" por parte de Pyongyang "de forma a diminuir a tensão", diz o comunicado. Os lançamentos representam "não apenas uma ameaça para a região, mas para todos os Estados-membros da ONU", prossegue o texto.O órgão da ONU se manifestou "seriamente preocupado" por a Coreia do Norte estar "minando a paz e a estabilidade regional de forma deliberada" e reiterou estar comprometido com uma solução política, diplomática e pacífica, além de renovar os apelos a Pyongyang para que suspenda os seus programas nucleares e de mísseis."Pede-se a todos os Estados-membros que apliquem de forma estrita e plena as resoluções da ONU, incluindo aquelas que impõem sanções econômicas à Coreia do Norte", ressaltou o texto, lido na sala oficial do Conselho de Segurança das Nações Unidas pelo presidente em exercício, o embaixador egípcio. O documento, no entanto, não aborda a possibilidade de potenciais novas sanções.O mais recente lançamento de um míssil por parte da Coreia do Norte ocorreu menos de um mês depois de o Conselho de Segurança da ONU ter aprovado, por unanimidade, uma resolução que incluiu o mais duro pacote de sanções contra Pyongyang, incluindo a proibição de exportações norte-coreanas de carvão, ferro e chumbo. As medidas devem privar a Coreia do Norte de receitas anuais na ordem de 1 bilhão de dólares.Na manhã desta terça-feira, a Coreia do Norte ter disparado um míssil que, pela primeira vez desde 2009, sobrevoou o território japonês, percorrendo 2.700 quilômetros antes de cair a leste da ilha de Hokkaido em águas do oceano Pacífico. Tratou-se do 13º lançamento de um míssil balístico pela Coreia do Norte desde o início do ano, segundo dados de Seul. No último domingo, Pyongyang também lançou três mísseis de curto alcance no Mar do Japão.Pequim indica afastamento de PyongyangO ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, admitiu que o lançamento do míssil norte-coreano "violou as resoluções das Nações Unidas e minou os tratados de não proliferação"."A China não é a favor [do lançamento do míssil] e estamos trabalhando com outros membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas", afirmou Wang, prometendo também "dar a resposta necessária".O ministro chinês ressaltou que China e Coreia do Norte "são vizinhos e têm uma velha amizade", mas disse que Pyongyang "violou as resoluções e, por isso, como membro permanente do Conselho de Segurança e país importante e responsável, a China deve tomar uma posição clara".Wang sublinhou que o seu governo "cumprirá totalmente com as resoluções" da ONU e afirmou que estas são importantes para tentar "conter o programa nuclear e de mísseis norte-coreano". O ministro apelou ainda "a todas as partes para que não empreendam ações que resultem numa escalada de tensões".O presidente sul-coreano, Moon Jae-in, e o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, pediram que se eleve até um "nível extremo" a pressão sobre a Coreia do Norte. Nesta terça-feira, Abe falou ao telefone com o presidente americano, Donald Trump, e ambos prometeram intensificar a pressão sobre Pyongyang. O regime norte-coreano disparou o míssil sobre o Japão em protesto contra exercícios militares de Washington e Seul que estão em curso na península coreana, e que Pyongyang considera um ensaio para uma invasão.A China é o principal aliado e parceiro comercial da Coreia do Norte, mas tem se afastado do regime de Kim Jong-un, devido à sua insistência em desenvolver um programa nuclear.PV/lusa/afp