Governo iraniano prende 200 manifestantes
Teerã reage a onda de protestos, realiza detenções e bloqueia mídias sociais. Em sua primeira declaração desde o início dos distúrbios, presidente Rouhani diz que povo tem direito de se manifestar, mas evitando violênciaCerca de 200 manifestantes marcharam neste domingo (31/12) pelo centro de Teerã, enquanto as autoridades se preparavam para uma possível quarta noite de agitação, tendo reduzido o acesso às redes sociais, após dias de agitação que mataram pelo menos duas pessoas.
Em sua primeira declaração pública desde o início dos protestos, o presidente iraniano, Hassan Rouhani, disse neste domingo que as pessoas têm o direito de protestar, mas devem evitar a violência. Ele também criticou o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmando que o americano não tem direito de expressar simpatia pelos manifestantes, por ter chamado "o povo iraniano de terroristas poucos meses atrás”.
"Crítica sim, violência não"
O presidente iraniano frisou que "exercer crítica é diferente de promover a violência e destruir propriedade pública”. A declaração foi realizada durante uma reunião de gabinete, segundo uma emissora estatal. Ele disse que "órgãos do governo devem dar espaço para críticas e protestos legais”.
Trump, voltou a criticar o governo iraniano neste domingo em sua conta pessoal no Twitter. Ele escreveu que os "grandes protestos" mostram que as pessoas "ficaram conscientes de como seu dinheiro e riqueza estão sendo roubados e desperdiçados pelo terrorismo".
"Parece que elas não vão tolerar isso mais por muito tempo", afirmou, alertando que Washington está "observando de perto as violações dos direitos humanos!"
Dois mortos
Um assessor do governador de Teerã disse à agência de notícias ILNA que 200 pessoas foram presas após protestos no sábado à noite – incluindo 40 "líderes".
O ministro do Interior iraniano havia alertado que os manifestantes vão "pagar o preço", enquanto vídeos publicados em mídias sociais mostraram milhares marchando por todo o país durante a noite de sábado, no maior teste para o regime desde manifestações em massa de 2009.
As manifestações começaram na quinta-feira, na segunda cidade do país, Mashhad, como protesto pelo alto custo de vida, mas os atos rapidamente se espalharam e se voltaram contra o sistema islâmico como um todo, com militantes gritando slogans como "morte ao ditador".
O vice-governador da província de Lorestan, Habibollah Khojastehpour, disse à televisão estatal que duas pessoas morreram em confrontos na pequena cidade de Dorud na noite de sábado, mas negaram que as forças de segurança fossem responsáveis.
Bloqueios de redes sociais
Em uma tentativa aparente de evitar mais agitação, as autoridades começaram a bloquear o acesso ao compartilhamento de fotos e serviços de mensagens online em telefones celulares, incluindo o Instagram e o aplicativo de mensagens Telegram, que o governo acusou de ser usado para fomentar a violência.
Após o silêncio inicial, a mídia estatal iraniana mostrou imagens de distúrbios, com foco em jovens depredando bancos e veículos, atacando a prefeitura de Teerã e imagens de um homem que queima a bandeira iraniana.
MD/afp/dpa/rtr/ap
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A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube | WhatsApp | App
Em sua primeira declaração pública desde o início dos protestos, o presidente iraniano, Hassan Rouhani, disse neste domingo que as pessoas têm o direito de protestar, mas devem evitar a violência. Ele também criticou o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmando que o americano não tem direito de expressar simpatia pelos manifestantes, por ter chamado "o povo iraniano de terroristas poucos meses atrás”.
"Crítica sim, violência não"
O presidente iraniano frisou que "exercer crítica é diferente de promover a violência e destruir propriedade pública”. A declaração foi realizada durante uma reunião de gabinete, segundo uma emissora estatal. Ele disse que "órgãos do governo devem dar espaço para críticas e protestos legais”.
Trump, voltou a criticar o governo iraniano neste domingo em sua conta pessoal no Twitter. Ele escreveu que os "grandes protestos" mostram que as pessoas "ficaram conscientes de como seu dinheiro e riqueza estão sendo roubados e desperdiçados pelo terrorismo".
"Parece que elas não vão tolerar isso mais por muito tempo", afirmou, alertando que Washington está "observando de perto as violações dos direitos humanos!"
Dois mortos
Um assessor do governador de Teerã disse à agência de notícias ILNA que 200 pessoas foram presas após protestos no sábado à noite – incluindo 40 "líderes".
O ministro do Interior iraniano havia alertado que os manifestantes vão "pagar o preço", enquanto vídeos publicados em mídias sociais mostraram milhares marchando por todo o país durante a noite de sábado, no maior teste para o regime desde manifestações em massa de 2009.
As manifestações começaram na quinta-feira, na segunda cidade do país, Mashhad, como protesto pelo alto custo de vida, mas os atos rapidamente se espalharam e se voltaram contra o sistema islâmico como um todo, com militantes gritando slogans como "morte ao ditador".
O vice-governador da província de Lorestan, Habibollah Khojastehpour, disse à televisão estatal que duas pessoas morreram em confrontos na pequena cidade de Dorud na noite de sábado, mas negaram que as forças de segurança fossem responsáveis.
Bloqueios de redes sociais
Em uma tentativa aparente de evitar mais agitação, as autoridades começaram a bloquear o acesso ao compartilhamento de fotos e serviços de mensagens online em telefones celulares, incluindo o Instagram e o aplicativo de mensagens Telegram, que o governo acusou de ser usado para fomentar a violência.
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