Parlamento holandês reconhece massacre de armênios como genocídio
Aprovação de resolução ameaça agravar ainda mais tensões entre Haia e Ancara. Matança de até 1,5 milhão de armênios durante Primeira Guerra é pomo de discórdia entre Turquia e numerosos países.O Parlamento holandês aprovou nesta quinta-feira (22/02), por 142 votos contra três, uma resolução reconhecendo como genocídio o massacre de até 1,5 milhão de armênios em 1915 pelo Império Otomano, Estado antecessor da atual República da Turquia.
A moção, que passou com o apoio de todos os principais partidos, ameaça comprometer ainda mais as relações diplomáticas entre Haia e Ancara, dois aliados no âmbito da Otan. Estas são tensas desde que, em março de 2017, a Holanda proibiu um ministro turco de fazer campanha em seu território pelo referendo constitucional que favoreceu a presidência de Recep Tayyip Erdogan.
Uma segunda moção aprovada nesta quinta-feira pede o envio de um alto funcionário do governo holandês à cerimônia formal em memória das vítimas do massacre, em 24 de abril, na capital da Armênia, Yerevan. Em ocasiões anteriores, o embaixador representara a Holanda.
A ministra do Exterior da Holanda, Sigrid Kaag, confirmou que um representante oficial será enviado, mas ressaltou: "É um sinal de respeito pelas vítimas", e não de que Haia reconheça a matança dos armênios como genocídio. Ela afirmou que o governo não vai seguir a posição do Parlamento.
Ela insistiu, ainda, que a decisão do Parlamento nada tem que ver com as atuais tensões com Ancara. "Essa questão não deve ser politizada", afirmou.
Diversos países e instituições internacionais já aprovaram resoluções semelhantes, entre os quais a Organização das Nações Unidas, a Igreja Católica, Brasil, o Parlamento e o Conselho Europeus, assim como Alemanha, Brasil, Bulgária, França, Itália, Rússia e Venezuela.
O termo "genocídio" foi definido pela ONU em 1948 como atos cometidos com a intenção de destruir, total ou parcialmente, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso. A Turquia nega que a perseguição e matança sistemática dos armênios, no auge da Primeira Guerra Mundial, constitua tal crime.
Também a cifra de 1,5 milhão de vítimas é questionada. Na impossibilidade de uma contabilização concreta das mortes, ela se baseia no fato de que antes da Primeira Guerra cerca de 2 milhões de armênios viviam no território do Império Otomano, e em 1922 seu número não chegava a 400 mil.
AV/afp/rtr/dpa
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A moção, que passou com o apoio de todos os principais partidos, ameaça comprometer ainda mais as relações diplomáticas entre Haia e Ancara, dois aliados no âmbito da Otan. Estas são tensas desde que, em março de 2017, a Holanda proibiu um ministro turco de fazer campanha em seu território pelo referendo constitucional que favoreceu a presidência de Recep Tayyip Erdogan.
Uma segunda moção aprovada nesta quinta-feira pede o envio de um alto funcionário do governo holandês à cerimônia formal em memória das vítimas do massacre, em 24 de abril, na capital da Armênia, Yerevan. Em ocasiões anteriores, o embaixador representara a Holanda.
A ministra do Exterior da Holanda, Sigrid Kaag, confirmou que um representante oficial será enviado, mas ressaltou: "É um sinal de respeito pelas vítimas", e não de que Haia reconheça a matança dos armênios como genocídio. Ela afirmou que o governo não vai seguir a posição do Parlamento.
Ela insistiu, ainda, que a decisão do Parlamento nada tem que ver com as atuais tensões com Ancara. "Essa questão não deve ser politizada", afirmou.
Diversos países e instituições internacionais já aprovaram resoluções semelhantes, entre os quais a Organização das Nações Unidas, a Igreja Católica, Brasil, o Parlamento e o Conselho Europeus, assim como Alemanha, Brasil, Bulgária, França, Itália, Rússia e Venezuela.
O termo "genocídio" foi definido pela ONU em 1948 como atos cometidos com a intenção de destruir, total ou parcialmente, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso. A Turquia nega que a perseguição e matança sistemática dos armênios, no auge da Primeira Guerra Mundial, constitua tal crime.
Também a cifra de 1,5 milhão de vítimas é questionada. Na impossibilidade de uma contabilização concreta das mortes, ela se baseia no fato de que antes da Primeira Guerra cerca de 2 milhões de armênios viviam no território do Império Otomano, e em 1922 seu número não chegava a 400 mil.
AV/afp/rtr/dpa
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