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Encontrada em ônibus obra rara de Degas roubada em 2009

23/02/2018 16h15

Pastel representando cena de ópera de Mozart integrava lista da Interpol das obras de arte mais procuradas. Achado ocorreu durante controle de rotina da polícia aduaneira.Um quadro do francês Edgar Degas (1834-1917), roubado no fim de 2009 em Marselha, foi descoberto por autoridades aduaneiras na região de Paris, anunciaram em comunicado conjunto, nesta sexta-feira (23/02), os ministérios da Cultura e das Contas Públicas da França.

A descoberta ocorreu em 16 de fevereiro, durante um controle de rotina da polícia aduaneira no leste da capital. O pastel Os coristas, de propriedade do Museu d'Orsay, foi encontrado no bagageiro de um ônibus estacionado num posto de abastecimento de estrada. Ele desaparecera em 31 de dezembro de 2009 do Museu Cantini, ao qual fora emprestado para uma exposição.



O quadro de 32x27cm, com a assinatura do impressionista Degas, encontrava-se numa mala, da qual, segundo o comunicado oficial, nenhum dos passageiros se apresentou como proprietário.

Especialistas confirmaram tratar-se da peça datada de 1877, que integra as coleções nacionais do Museu d'Orsay de Paris. Seu desaparecimento representava "uma pesada perda para o patrimônio impressionista francês", comentou a ministra da Cultura, Françoise Nyssen, celebrando "esta feliz redescoberta de uma obra preciosa".

Os ministérios acrescentaram tratar-se da representação de uma cena de Don Giovanni, de W.A. Mozart. O fato de ser a única pintura de Degas de ópera em que não se veem dançarinas lhe dá caráter de raridade. "Facilmente dissimulável" devido a seu pequeno porte, como indicou o procurador de Marselha à época do roubo, ela constava do banco de dados da Interpol das obras de arte mais procuradas do mundo.

Em 2009, a Reunião dos Museus Nacionais declarara que o quadro valia 800 mil euros, enquanto funcionários do museu de Marselha falavam de 30 milhões de euros. Mais tarde a instituição disse tratar-se de "uma confusão". O Museu d'Orsay se recusou a comentar as cifras, alegando serem "valores de seguros, que são incomunicáveis".

AV/afp/lusa