Auxílio-moradia provoca demissão de vice-ministra grega
Número dois do Ministério do Emprego embolsava mil euros mensais mesmo sendo casada com milionário. Caso provocou indignação na Grécia.Não é somente no Brasil que a concessão de auxílio-moradia provoca controvérsias. Nesta segunda-feira (26/02), o governo grego anunciou a saída de Rania Antonopoulou, vice-ministra do Trabalho e Segurança Social.
O motivo: a imprensa do país revelou que ela recebeu nos últimos dois anos mil euros mensais de auxílio moradia, apesar dos seus rendimentos substanciais e do fato de ser casada com um milionário.
Segundo a imprensa grega, Antonopoulou, que se juntou ao governo do primeiro-ministro grego Alexis Tsipras em 2015, havia declarado ao fisco possuir ações na bolsa avaliadas em 276 mil euros (1,1 milhão de reais), além de contar com um rendimento anual de 57 mil euros (226 mil reais). Isso não impediu que ela se beneficiasse de um lei de 1995 que garante a concessão de auxílio-moradia para deputados e ministros.
Antonopoulou também é casada com Dimitris Papadimitriou, o atual ministro da economia do país. Um milionário, ele declarou ao fisco em 2016 possuir 2,1 milhões de euros (8,3 milhões de reais), além de um rendimento anual de 366 mil euros (1,4 milhão de reais). Após a revelação do caso, a vice-ministra apresentou sua demissão ao governo.
Segundo a revista alemã Der Spiegel, Antonopoulou não cometeu nenhuma ilegalidade, mas o caso repercutiu mal no país que ainda sofre os efeitos da profunda crise econômica do final dos anos 2000, que impôs cortes severos em aposentadorias e benefícios sociais.
"Nunca tive a intenção de insultar o povo grego", disse a agora ex-vice-ministra em um comunicado. Ela propôs ainda devolver os 23 mil euros que recebeu de auxílio quando ocupou o posto. "Estou ciente que a minha situação financeira reforçou a indignação da população.”
Após a repercussão do caso, o governo Tsipras prometeu rever a lei que garante o auxílio para altos membros dos ministérios que, assim como Antonopoulou, não ocupam vagas no Parlamento.
Para a oposição, a saída não foi suficiente. O episódio foi revelador sobre a visão de muitos gregos sobre a concessão de privilégios em tempos de austeridade e quando um terço da população vive na pobreza. "Eles (Antonopoulou e Papadimitriou) não deveriam apenas renunciar, mas deixar o país no próximo avião”, disse Adonis Georgiadis, vice-presidente do partido liberal-conservador Nea Dimokratia.
JPS/ots
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O motivo: a imprensa do país revelou que ela recebeu nos últimos dois anos mil euros mensais de auxílio moradia, apesar dos seus rendimentos substanciais e do fato de ser casada com um milionário.
Segundo a imprensa grega, Antonopoulou, que se juntou ao governo do primeiro-ministro grego Alexis Tsipras em 2015, havia declarado ao fisco possuir ações na bolsa avaliadas em 276 mil euros (1,1 milhão de reais), além de contar com um rendimento anual de 57 mil euros (226 mil reais). Isso não impediu que ela se beneficiasse de um lei de 1995 que garante a concessão de auxílio-moradia para deputados e ministros.
Antonopoulou também é casada com Dimitris Papadimitriou, o atual ministro da economia do país. Um milionário, ele declarou ao fisco em 2016 possuir 2,1 milhões de euros (8,3 milhões de reais), além de um rendimento anual de 366 mil euros (1,4 milhão de reais). Após a revelação do caso, a vice-ministra apresentou sua demissão ao governo.
Segundo a revista alemã Der Spiegel, Antonopoulou não cometeu nenhuma ilegalidade, mas o caso repercutiu mal no país que ainda sofre os efeitos da profunda crise econômica do final dos anos 2000, que impôs cortes severos em aposentadorias e benefícios sociais.
"Nunca tive a intenção de insultar o povo grego", disse a agora ex-vice-ministra em um comunicado. Ela propôs ainda devolver os 23 mil euros que recebeu de auxílio quando ocupou o posto. "Estou ciente que a minha situação financeira reforçou a indignação da população.”
Após a repercussão do caso, o governo Tsipras prometeu rever a lei que garante o auxílio para altos membros dos ministérios que, assim como Antonopoulou, não ocupam vagas no Parlamento.
Para a oposição, a saída não foi suficiente. O episódio foi revelador sobre a visão de muitos gregos sobre a concessão de privilégios em tempos de austeridade e quando um terço da população vive na pobreza. "Eles (Antonopoulou e Papadimitriou) não deveriam apenas renunciar, mas deixar o país no próximo avião”, disse Adonis Georgiadis, vice-presidente do partido liberal-conservador Nea Dimokratia.
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