ONU vincula Coreia do Norte a arsenal químico da Síria
Relatório divulgado pela imprensa americana afirma que Pyongyang forneceu materiais que podem ser usados na produção de armas químicas e de mísseis balísticos ao regime de Assad.A Coreia do Norte forneceu à Síria materiais que podem ser utilizados na fabricação de armas químicas e mísseis balísticos, segundo um relatório de analistas da ONU publicado pelo jornal The New York Times e pela agência de notícias Associated Press (AP).
De acordo com o relatório, foram identificados mais de 40 envios não declarados do país asiático para a Síria entre 2012 e 2017. O texto também informa que especialistas em mísseis norte-coreanos viajaram para a Síria e foram vistos trabalhando no país em fábricas de mísseis e armas químicas.
Questionado sobre o relatório nesta quarta-feira (28/02), o porta-voz da ONU Stéphane Dujarric afirmou não conhecer seu conteúdo nem soube dizer se o texto será divulgado oficialmente. Diplomatas disseram, porém, que o texto de mais de 200 páginas, que detalha "substanciais novas evidências" sobre os negócios da Coreia do Norte com a Síria desde 2008 deverá ser tornado público em meados de março.
O relatório, redigido pelos analistas da ONU que reportam ao Conselho de Segurança possíveis violações das sanções à Coreia do Norte, afirma que, em janeiro de 2017, foram interceptados azulejos resistentes a ácido em dois navios que partiram do país asiático com destino à Síria, de acordo com o The New York Times. Esses materiais, segundo os especialistas, são utilizados na construção de instalações que produzem armas químicas.
Outro exemplo registrado pelo documento foi uma visita de uma delegação técnica norte-coreana em agosto de 2016, numa viagem que "envolveu a transferência para a Síria de válvulas e termômetros especiais conhecidos no uso de programas de armas químicas".
O texto ressalta o perigo que representa qualquer comércio desse tipo entre a Síria e a Coreia do Norte, pois poderia facilitar a utilização de armas químicas por Damasco e gerar renda para Pyongyang financiar seus programas nucleares e de mísseis.
EUA não confirma informação
Os Estados Unidos, que acusaram repetidamente a Síria de usar armas químicas e a Coreia do Norte de tentar se esquivar das sanções internacionais, também não quiseram confirmar a informação, mas afirmaram ela que corrobora suas suspeitas. "Isso é algo sobre o qual os EUA tinham preocupações fazia algum tempo", disse a porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert, em Washington.
Segundo ela, a preocupação é que, quando o regime em Pyongyang se sente mais "desesperado", procura "formas diferentes, criativas e horríveis de tentar fazer dinheiro para financiar seu regime criminoso".
O governo sírio se comprometeu em 2013 a destruir todo seu arsenal químico, sob supervisão internacional, mas desde então foi acusado em várias ocasiões de voltar a utilizar substâncias proibidas para fins militares.
As últimas revelações sobre violações envolvendo armas químicas na Síria surgem apenas horas depois de a Organização para a Proibição das Armas Químicas (Opaq) ter anunciado que abriu uma investigação sobre ataques realizados no domingo em Ghouta Oriental, que teriam matado uma criança e causado sintomas similares aos provocados por exposição a armas químicas.
MD/ap/dpa/efe
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De acordo com o relatório, foram identificados mais de 40 envios não declarados do país asiático para a Síria entre 2012 e 2017. O texto também informa que especialistas em mísseis norte-coreanos viajaram para a Síria e foram vistos trabalhando no país em fábricas de mísseis e armas químicas.
Questionado sobre o relatório nesta quarta-feira (28/02), o porta-voz da ONU Stéphane Dujarric afirmou não conhecer seu conteúdo nem soube dizer se o texto será divulgado oficialmente. Diplomatas disseram, porém, que o texto de mais de 200 páginas, que detalha "substanciais novas evidências" sobre os negócios da Coreia do Norte com a Síria desde 2008 deverá ser tornado público em meados de março.
O relatório, redigido pelos analistas da ONU que reportam ao Conselho de Segurança possíveis violações das sanções à Coreia do Norte, afirma que, em janeiro de 2017, foram interceptados azulejos resistentes a ácido em dois navios que partiram do país asiático com destino à Síria, de acordo com o The New York Times. Esses materiais, segundo os especialistas, são utilizados na construção de instalações que produzem armas químicas.
Outro exemplo registrado pelo documento foi uma visita de uma delegação técnica norte-coreana em agosto de 2016, numa viagem que "envolveu a transferência para a Síria de válvulas e termômetros especiais conhecidos no uso de programas de armas químicas".
O texto ressalta o perigo que representa qualquer comércio desse tipo entre a Síria e a Coreia do Norte, pois poderia facilitar a utilização de armas químicas por Damasco e gerar renda para Pyongyang financiar seus programas nucleares e de mísseis.
EUA não confirma informação
Os Estados Unidos, que acusaram repetidamente a Síria de usar armas químicas e a Coreia do Norte de tentar se esquivar das sanções internacionais, também não quiseram confirmar a informação, mas afirmaram ela que corrobora suas suspeitas. "Isso é algo sobre o qual os EUA tinham preocupações fazia algum tempo", disse a porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert, em Washington.
Segundo ela, a preocupação é que, quando o regime em Pyongyang se sente mais "desesperado", procura "formas diferentes, criativas e horríveis de tentar fazer dinheiro para financiar seu regime criminoso".
O governo sírio se comprometeu em 2013 a destruir todo seu arsenal químico, sob supervisão internacional, mas desde então foi acusado em várias ocasiões de voltar a utilizar substâncias proibidas para fins militares.
As últimas revelações sobre violações envolvendo armas químicas na Síria surgem apenas horas depois de a Organização para a Proibição das Armas Químicas (Opaq) ter anunciado que abriu uma investigação sobre ataques realizados no domingo em Ghouta Oriental, que teriam matado uma criança e causado sintomas similares aos provocados por exposição a armas químicas.
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