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Macron: não há "plano B" para acordo nuclear com Irã

22/04/2018 15h11

Na véspera de sua visita aos EUA, presidente francês antecipa temas a abordar com Trump. Em meio às tensões com Moscou, reconhece que Putin é um "presidente forte", mas com uma ideia de democracia que não é a sua.O presidente da França, Emmanuel Macron, apelou neste domingo (22/04) a seu homólogo americano, Donald Trump, para que mantenha o acordo nuclear com Teerã, argumentando que não há um "plano B".

Numa entrevista à emissora Fox News, o francês admitiu que o acordo de 2015, que restringe as ambições nucleares iranianas, como "imperfeito", mas disse não ver opção melhor. Na segunda-feira ele inicia uma visita de Estado a Washington.

Trump prometeu retirar-se do acordo com o Irã até 12 de maio, caso os negociadores dos Estados Unidos e europeus não se empenhem em reparar o que ele chama de "falhas sérias" no documento.

Na entrevista, Macron também contestou as novas tarifas alfandegárias que Trump ameaçou impor a partir de 1º de maio, considerando que não se faz "guerra comercial com aliados". Durante sua visita, além de abordar a questão das tarifas, Macron planeja instar os EUA a permanecerem envolvidos na Síria.

"Eu o respeito. Eu o conheço. Sou lúcido"

Em face ao aumento das tensões entre os países ocidentais e Moscou, Macron alertou que o chefe de Estado russo, Vladimir Putin, é um "presidente forte", diante do qual "não deveríamos nunca nos mostrar fracos", pois senão "ele se aproveita".

"Ele é forte e inteligente, mas não é ingénuo", continuou, avaliando o seu homólogo russo como "obcecado" com a interferência na democracia dos outros países.

"Ele intervém em todos os lugares, quero dizer, na Europa e nos Estados Unidos, para enfraquecer as nossas democracias, pois acha que isso é bom para seu país", acrescentou, sublinhando: Putin "tem uma ideia de democracia que não é a minha". "Eu o respeito. Eu o conheço. Sou lúcido", concluiu.

O confronto entre o Ocidente e a Rússia atingiu níveis sem precedentes desde o fim da Guerra Fria depois do envenenamento do ex-agente duplo russo Sergei Skripal na Inglaterra, em 4 de março. A crise culminou contra uma ofensiva com mísseis dos EUA, França e Reino Unido contra o regime de Damasco, aliado de Moscou, em resposta a um suposto ataque químico contra civis.

AV/afp,lusa

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