Brasileiro Julián Fuks vence prêmio literário alemão
Escritor paulistano e autora berlinense Manja Pränkels dividem Prêmio Anna Seghers, concedido há mais de três décadas a jovens talentos da literatura de língua alemã e da América Latina.Os vencedores deste ano do Prêmio Anna Seghers de literatura são o escritor brasileiro Julián Fuks e a autora berlinense Manja Präkels, divulgou nesta segunda-feira (23/04) a assessoria de imprensa da fundação responsável pelo prêmio literário alemão. A cerimônia de premiação ocorrerá em 23 de novembro, na Academia das Artes de Berlim.
Pela primeira vez desde 2012, dois autores são homenageados com o Prêmio Anna Seghers, destinado a jovens talentos da literatura de língua alemã e da América Latina. O valor do prêmio, concedido desde 1986, é de 8 mil euros.
Fuks, nascido em 1981 em São Paulo, filho de pais argentinos, ganhou recentemente notoriedade com seu livro A resistência (Companhia das Letras, 2015), que venceu o Prêmio Jabuti e também o renomado Prêmio José Saramago.
A obra tematiza a Guerra Suja – o regime adotado em meio à ditadura militar argentina, a partir de 1976 – e o exílio no Brasil. "Uma expedição pessoal ao passado - político e emocional - de uma família latino-americana às voltas com uma feroz ditadura e com a agridoce experiência do exílio", resume a Companhia das Letras.
Fuks, que além de escritor é tradutor e crítico literário, estreou em 2004 com a coletânea de contos Fragmentos de Alberto, Ulisses, Carolina e eu. Seus dois primeiros romances, Histórias de literatura e cegueira (2007) e Procura do romance (2012), renderam-lhe elogios da crítica literária e foram finalistas do Prêmio Jabuti. Em 2012, a revista literária Granta coroou Fuks como um dos escritores mais promissores da literatura brasileira.
Präkels, por sua vez, recebeu o Prêmio Anna Seghers por seu primeiro romance, Als ich mit Hitler Schnapskirschen aß (Quando eu jantei cerejas de conhaque com Hitler, em tradução livre), de 2017, com o qual a escritora e cantora foi também nomeada para o Prêmio da Literatura Jovem Alemã de 2018.
Na obra, Präkels usa o exemplo de uma cidade pequena em Brandemburgo para descrever como o culto ao nazismo preenche o vácuo que surgiu após a queda do Muro de Berlim, ocupa locais públicos e alimenta a violência.
O Prêmio Anna Seghers e leva o nome da escritora alemã, morta em 1983 e que ficou famosa por retratar a experiência moral da Segunda Guerra Mundial. Ela deixou em seu testamento o desejo de que os rendimentos obtidos com suas obras fossem usados para incentivar jovens talentos da literatura.
"As obras de Anna Seghers são lidas, encenadas e filmadas como nunca", disse Hans-Willi Ohl, presidente da Fundação Anna Seghers. "Torna-se claro que os textos de Seghers, com sua qualidade poética e sua primazia política, ainda têm muito a dizer nos dias de hoje."
PV/ots
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Pela primeira vez desde 2012, dois autores são homenageados com o Prêmio Anna Seghers, destinado a jovens talentos da literatura de língua alemã e da América Latina. O valor do prêmio, concedido desde 1986, é de 8 mil euros.
Fuks, nascido em 1981 em São Paulo, filho de pais argentinos, ganhou recentemente notoriedade com seu livro A resistência (Companhia das Letras, 2015), que venceu o Prêmio Jabuti e também o renomado Prêmio José Saramago.
A obra tematiza a Guerra Suja – o regime adotado em meio à ditadura militar argentina, a partir de 1976 – e o exílio no Brasil. "Uma expedição pessoal ao passado - político e emocional - de uma família latino-americana às voltas com uma feroz ditadura e com a agridoce experiência do exílio", resume a Companhia das Letras.
Fuks, que além de escritor é tradutor e crítico literário, estreou em 2004 com a coletânea de contos Fragmentos de Alberto, Ulisses, Carolina e eu. Seus dois primeiros romances, Histórias de literatura e cegueira (2007) e Procura do romance (2012), renderam-lhe elogios da crítica literária e foram finalistas do Prêmio Jabuti. Em 2012, a revista literária Granta coroou Fuks como um dos escritores mais promissores da literatura brasileira.
Präkels, por sua vez, recebeu o Prêmio Anna Seghers por seu primeiro romance, Als ich mit Hitler Schnapskirschen aß (Quando eu jantei cerejas de conhaque com Hitler, em tradução livre), de 2017, com o qual a escritora e cantora foi também nomeada para o Prêmio da Literatura Jovem Alemã de 2018.
Na obra, Präkels usa o exemplo de uma cidade pequena em Brandemburgo para descrever como o culto ao nazismo preenche o vácuo que surgiu após a queda do Muro de Berlim, ocupa locais públicos e alimenta a violência.
O Prêmio Anna Seghers e leva o nome da escritora alemã, morta em 1983 e que ficou famosa por retratar a experiência moral da Segunda Guerra Mundial. Ela deixou em seu testamento o desejo de que os rendimentos obtidos com suas obras fossem usados para incentivar jovens talentos da literatura.
"As obras de Anna Seghers são lidas, encenadas e filmadas como nunca", disse Hans-Willi Ohl, presidente da Fundação Anna Seghers. "Torna-se claro que os textos de Seghers, com sua qualidade poética e sua primazia política, ainda têm muito a dizer nos dias de hoje."
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