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Facções rivais da Líbia alcançam acordo para eleições

29/05/2018 15h30

Líderes reunidos em Paris se comprometem com realização de eleições em 10 de dezembro, além de concordarem em acabar com a divisão institucional do país. Porém, pacto não é assinado.Pela primeira vez desde a queda do ex-ditador líbio Muammar Kadafi, sete anos atrás, as fações rivais da Líbia concordaram nesta terça-feira (29/05) em realizar eleições parlamentares e presidenciais e assim finalmente superar a divisão interna do país. O consenso, porém, ainda que apontado como histórico, não chegou a ser assinado.

Promovido pelo presidente francês, Emmanuel Macron, o encontro reuniu os autoproclamados líderes do país: Fayez al-Serraj, chefe do governo reconhecido pela ONU e sediado em Trípoli (oeste); o general Khalifa Hifter, comandante do exército nacional da Líbia, que controla o leste do país; e os presidentes das duas assembleias rivais, Aquila Saleh e Khaled el-Meshri.

Todos os quatro aceitaram o dia 10 de dezembro deste ano como data para o pleito, além de definirem um prazo para a preparação de um quadro eleitoral até 16 de setembro. Além disso, as facções rivais concordaram em acabar com a divisão institucional do país, especialmente aquela entre o poder político que apoia Serraj e o militar que sustenta Hifter.

"Estamos empenhados em trabalhar de forma construtiva com as Nações Unidas para organizar eleições credíveis e pacíficas e para respeitar os resultados das eleições quando ocorrerem", indicou a declaração acordada pelos representantes líbios.

A declaração foi lida em árabe e aprovada oralmente pelos quatro responsáveis líbios, a pedido de Macron. Inicialmente estava previsto que o documento fosse assinado em frente às câmaras, mas os líderes rivais se recusaram a fazê-lo por não se reconhecerem mutuamente.

Segundo o presidente francês, alguns deles também queriam levar o assunto para ser discutido com seus eleitores em solo líbio. O importante, no entanto, é que todos se comprometeram com o acordo, argumentou Macron, que apontou o consenso alcançado em Paris como uma etapa chave para a reconciliação no país.

O objetivo era alcançar um plano sobre o futuro político da Líbia, incluindo a realização de eleições nacionais, de forma a restabelecer a ordem no país há anos mergulhado num caos político.

IP/lusa/dpa/efe

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