Petroleiros iniciam greve apesar de proibição da Justiça
Federação Única dos Petroleiros mantém paralisação de 72 horas em solidariedade a movimento dos caminhoneiros. Na véspera, Tribunal Superior do Trabalho concedeu liminar impedindo a greve.A Federação Única dos Petroleiros (FUP) confirmou via Facebook e Twitter o início de uma greve de 72 horas da categoria, nesta quarta-feira (30/05), apesar de o Tribunal Superior do Trabalho (TST) ter concedido uma liminar que impedia a paralisação dos petroleiros.
Em comunicado divulgado no começo da madrugada desta quarta-feira, o coordenador geral da FUP, José Maria Rangel, afirmou que a categoria não se intimidará e que a greve em refinarias, terminais e plataformas será mantida.
"A Justiça do Trabalho está agindo como a justiça do capital. Esse é o papel que ela tem cumprido ao longo dos últimos anos", declarou o líder petroleiro.
Os petroleiros anunciaram no último fim de semana que parariam as atividades em solidariedade à greve dos caminhoneiros, além de pedir a renúncia do presidente da Petrobras, Pedro Parente. Rangel criticou o TST por ter adotado uma posição sem considerar o lado dos trabalhadores.
"O principal ponto que eles colocam é o fato de a greve ser política. A primeira coisa que os ministros do TST tinham que se perguntar é como eles chegaram ao Tribunal. Foi através de indicação política. O fato de Pedro Parente estar destruindo a Petrobrás é uma decisão política. Tudo em nossa vida gira em torno da política", ressaltou.
A FUP comunicou que trabalhadores não entraram para trabalhar nas refinarias de Manaus (Reman), Abreu e Lima (Pernambuco), Regap (Minas Gerais), Duque de Caxias (Reduc), Paulínia (Replan), Capuava (Recap), Araucária (Repar), Refap (RS), além da Fábrica de Lubrificantes do Ceará (Lubnor), da Araucária Nitrogenados (Fafen-PR) e da unidade de xisto do Paraná (SIX).
Também não houve troca dos turnos da zero hora nos terminais de Suape (PE) e de Paranaguá (PR). Além disso, na Bacia de Campos, as informações iniciais eram de que os trabalhadores também aderiram à greve em diversas plataformas. O movimento prossegue nesta quarta-feira, quando estão previstas paralisações nas demais bases do sistema Petrobras.
Segundo a FUP, também serão realizados nesta quarta-feira atos e manifestações em apoio aos petroleiros e contra a política de preços imposta pelo presidente da Petrobras. A entidade acusa Parente de "gerar uma escalada de aumentos abusivos no gás de cozinha e nos combustíveis".
"Eles queriam que a gente visse o desmonte que a Petrobras está sofrendo e morrêssemos igual carneiro, com as lágrimas escorrendo? Nós não vamos fazer isso", declarou Rangel.
TST decreta multa diária de 500 mil reais
Na véspera, a ministra Maria de Assis Calsing, do TST, decidiu impedir o início da greve dos petroleiros que trabalham em refinarias da Petrobras. A liminar foi concedida a pedido de Advocacia-Geral da União (AGU).
Para a AGU, a greve dos petroleiros, em meio ao quadro de desabastecimento provocado pela paralisação de caminhoneiros, trará prejuízos gravíssimos à sociedade, tendo em vista o potencial para prejudicar o abastecimento do mercado interno de gás natural, petróleo e seus derivados.
Ao analisar o caso, a ministra entendeu que a greve seria abusiva e "realizada para incomodar". Pela decisão, os sindicatos dos grevistas deverão pagar multa diária de 500 mil reais em caso de descumprimento e também estão impedidos de travar o trânsito de mercadorias e pessoas nas refinarias.
"É potencialmente grave o dano que eventual greve da categoria dos petroleiros irá causar à população brasileira, por resultar na continuidade dos efeitos danosos causados com a paralisação dos caminhoneiros", considerou a ministra.
"Beira o oportunismo a greve anunciada, cuja deflagração não se reveste de proporcionalidade do que poderia, em tese, ser alcançado com a pauta perseguida e o sacrifício da sociedade para a consecução dos propósitos levantados", acrescentou.
PV/abr/ots
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Em comunicado divulgado no começo da madrugada desta quarta-feira, o coordenador geral da FUP, José Maria Rangel, afirmou que a categoria não se intimidará e que a greve em refinarias, terminais e plataformas será mantida.
"A Justiça do Trabalho está agindo como a justiça do capital. Esse é o papel que ela tem cumprido ao longo dos últimos anos", declarou o líder petroleiro.
Os petroleiros anunciaram no último fim de semana que parariam as atividades em solidariedade à greve dos caminhoneiros, além de pedir a renúncia do presidente da Petrobras, Pedro Parente. Rangel criticou o TST por ter adotado uma posição sem considerar o lado dos trabalhadores.
"O principal ponto que eles colocam é o fato de a greve ser política. A primeira coisa que os ministros do TST tinham que se perguntar é como eles chegaram ao Tribunal. Foi através de indicação política. O fato de Pedro Parente estar destruindo a Petrobrás é uma decisão política. Tudo em nossa vida gira em torno da política", ressaltou.
A FUP comunicou que trabalhadores não entraram para trabalhar nas refinarias de Manaus (Reman), Abreu e Lima (Pernambuco), Regap (Minas Gerais), Duque de Caxias (Reduc), Paulínia (Replan), Capuava (Recap), Araucária (Repar), Refap (RS), além da Fábrica de Lubrificantes do Ceará (Lubnor), da Araucária Nitrogenados (Fafen-PR) e da unidade de xisto do Paraná (SIX).
Também não houve troca dos turnos da zero hora nos terminais de Suape (PE) e de Paranaguá (PR). Além disso, na Bacia de Campos, as informações iniciais eram de que os trabalhadores também aderiram à greve em diversas plataformas. O movimento prossegue nesta quarta-feira, quando estão previstas paralisações nas demais bases do sistema Petrobras.
Segundo a FUP, também serão realizados nesta quarta-feira atos e manifestações em apoio aos petroleiros e contra a política de preços imposta pelo presidente da Petrobras. A entidade acusa Parente de "gerar uma escalada de aumentos abusivos no gás de cozinha e nos combustíveis".
"Eles queriam que a gente visse o desmonte que a Petrobras está sofrendo e morrêssemos igual carneiro, com as lágrimas escorrendo? Nós não vamos fazer isso", declarou Rangel.
TST decreta multa diária de 500 mil reais
Na véspera, a ministra Maria de Assis Calsing, do TST, decidiu impedir o início da greve dos petroleiros que trabalham em refinarias da Petrobras. A liminar foi concedida a pedido de Advocacia-Geral da União (AGU).
Para a AGU, a greve dos petroleiros, em meio ao quadro de desabastecimento provocado pela paralisação de caminhoneiros, trará prejuízos gravíssimos à sociedade, tendo em vista o potencial para prejudicar o abastecimento do mercado interno de gás natural, petróleo e seus derivados.
Ao analisar o caso, a ministra entendeu que a greve seria abusiva e "realizada para incomodar". Pela decisão, os sindicatos dos grevistas deverão pagar multa diária de 500 mil reais em caso de descumprimento e também estão impedidos de travar o trânsito de mercadorias e pessoas nas refinarias.
"É potencialmente grave o dano que eventual greve da categoria dos petroleiros irá causar à população brasileira, por resultar na continuidade dos efeitos danosos causados com a paralisação dos caminhoneiros", considerou a ministra.
"Beira o oportunismo a greve anunciada, cuja deflagração não se reveste de proporcionalidade do que poderia, em tese, ser alcançado com a pauta perseguida e o sacrifício da sociedade para a consecução dos propósitos levantados", acrescentou.
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