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Casa Branca convida Putin para visitar Washington

26/10/2018 16h07

John Bolton diz ter convidado presidente russo para um "dia de conversações" em 2019. Relações bilaterais foram abaladas por alegações de ingerência russa nas eleições americanas de 2016.O assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, afirmou nesta sexta-feira (26/10) que o presidente russo, Vladimir Putin, foi convidado a visitar Washington no ano que vem.

"Convidamos o presidente Putin a Washington após o primeiro dia do ano para, basicamente, um dia todo de conversações", disse o assessor durante visita à ex-república soviética da Geórgia, sem especificar nenhuma data.

A princípio, não ficou claro se Putin aceitou o convite. O ministro do Exterior russo, Serguei Lavrov, disse, em comunicado, ter ligado para o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, para discutir "questões agudas na agenda internacional e laços bilaterais no contexto dos preparativos para os planejados encontros entre os presidentes".

Bolton lembrou que Putin e o presidente americano, Donald Trump, deverão se encontrar em Paris no dia 11 de novembro, por ocasião do centenário do Dia do Armistício, que marcou o fim da Primeira Guerra.

O convite ao presidente russo retoma uma ideia que surgiu em julho deste ano em meio a fortes diferenças devido à crise na Ucrânia e a alegações de ingerência russa nas eleições americanas de 2016.

Na época, Trump e Putin se encontraram em Helsinque. O presidente americano foi fortemente criticado por não ter denunciado publicamente a ingerência russa e por aparentemente aceitar as negações de Putin sobre tais atividades.

Dias após o encontro na capital finlandesa, Trump pediu que Bolton convidasse o presidente russo para visitar os EUA no fim do ano, mas logo o convite provocou controvérsias e foi adiado.

Putin disse repetidas vezes que melhoras nos laços entre EUA e Rússia foram frustradas por disputas políticas americanas, mas expressou esperança de que Trump poderia eventualmente adotar passos para melhorar as relações deterioradas.

No início deste mês, o líder russo disse que "jogar com a carta russa" foi um instrumento conveniente na política dos EUA antes das eleições de meio de mandato, marcada para 6 de novembro.

Numa entrevista à agência de notícias Reuters, Bolton criticou a política externa russa, dizendo que o comportamento de Moscou no cenário mundial foi uma das razões pelas quais Washington impôs sanções contra a Rússia e que agora estava pensando em impor ainda mais.

"Será útil se eles [russos] pararem de interferir na nossa eleição [...] saírem da Crimeia e do Donbass na Ucrânia [...] pararem de usar armas químicas para realizar tentativas de assassinatos contra russos refugiados no Ocidente", afirmou Bolton.

CA/ap/rtr

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