O Brasil na imprensa alemã (31/10)
Após eleição de Bolsonaro, imprensa alemã aborda possíveis efeitos das políticas ambiental e externa do novo presidente, destaca a influência da família Bolsonaro e vê ameaça à democracia brasileira.Der Spiegel – O presidente que não está nem aí para o meio ambiente e o clima, 31/10
Bolsonaro representa uma mudança radical na política ambiental. Com consequências para todo o planeta. Bolsonaro é o candidato desejado pelos grandes latifundiários e criadores de gado, pelas empresas de matérias-primas e madeira. Eles querem derrubar e explorar a Floresta Amazônica sem serem incomodados, como nos tempos da ditadura militar que o presidente eleito tanto glorifica.
Bolsonaro já anunciou que o Brasil vai sair do Acordo de Paris sobre o clima caso este viole a soberania nacional. O "Trump dos trópicos", como ele é chamado, aspira a uma parceria estreita com os EUA. E Donald Trump certamente se alegraria em ter um companheiro em sua retirada do acordo climático global.
Süddeutsche Zeitung – Bem-vindo aos Bolsonaros, 31/10
Nestas eleições, não venceu apenas um homem, mas todo o seu clã. Agora os Bolsonaros são o clã mais poderoso do país. E há quem considere os três garotos [Eduardo, Flávio e Carlos Bolsonaro] mais perigosos que o pai.
A rápida ascensão de Bolsonaro teria sido impensável sem a ajuda dos filhos, que fizeram barulho em todos os canais a favor das convicções do pai, muitas vezes com insinuações infames e quase sempre com a tese central de que quem não é a favor deles é a favor do comunismo. Juntos, eles têm quase 12 milhões de seguidores no Facebook. E eles atingem ainda mais pessoas por meio de uma gigantesca rede de grupos no Whatsapp.
Tagesspiegel - Brasil acima de tudo?, 31/10
"Brasil acima de tudo" é o slogan de Bolsonaro. Ele anunciou ser um "grande aliado" de Trump. Isso significa uma guinada na política externa. Nas últimas décadas, o Brasil investiu pesadamente nos Brics, com China, Índia, África do Sul e Rússia, e se colocou na posição de apoiador da ONU e de acordos internacionais. Bolsonaro opõem-se aos "comunistas" na ONU e ao Acordo de Paris sobre o clima, que teria minado a soberania brasileira.
Frankfurter Allgemeine Zeitung – Tempos sombrios ameaçam retornar?, 30/10
Sob Bolsonaro, muitos brasileiros temem um retorno a tempos sombrios e veem nele um risco à democracia e aos direitos humanos. Durante a campanha eleitoral, ele ameaçou, por exemplo, não reconhecer nenhum outro resultado a não ser sua vitória. Seu futuro vice-presidente, um general da reserva, disse que, em caso de circunstâncias anárquicas, não se exclui a possibilidade de um golpe com ajuda do Exército.
Uma fala do filho de Bolsonaro Eduardo, o deputado federal mais votado de todos os tempos, também deixou os tribunais de orelhas em pé. Para fechar o Supremo Tribunal, basta um soldado e um cabo, disse ele. Várias organizações de dentro e de fora do país pediram a proteção dos direitos humanos, da Constituição e da democracia. Depois do primeiro turno, Bolsonaro já havia garantido que seria "escravo da Constituição" e governaria com autoridade, mas não com autoritarismo caso se tornasse presidente. No último domingo, ele jurou a Deus.
LPF/ots
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A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube
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Bolsonaro representa uma mudança radical na política ambiental. Com consequências para todo o planeta. Bolsonaro é o candidato desejado pelos grandes latifundiários e criadores de gado, pelas empresas de matérias-primas e madeira. Eles querem derrubar e explorar a Floresta Amazônica sem serem incomodados, como nos tempos da ditadura militar que o presidente eleito tanto glorifica.
Bolsonaro já anunciou que o Brasil vai sair do Acordo de Paris sobre o clima caso este viole a soberania nacional. O "Trump dos trópicos", como ele é chamado, aspira a uma parceria estreita com os EUA. E Donald Trump certamente se alegraria em ter um companheiro em sua retirada do acordo climático global.
Süddeutsche Zeitung – Bem-vindo aos Bolsonaros, 31/10
Nestas eleições, não venceu apenas um homem, mas todo o seu clã. Agora os Bolsonaros são o clã mais poderoso do país. E há quem considere os três garotos [Eduardo, Flávio e Carlos Bolsonaro] mais perigosos que o pai.
A rápida ascensão de Bolsonaro teria sido impensável sem a ajuda dos filhos, que fizeram barulho em todos os canais a favor das convicções do pai, muitas vezes com insinuações infames e quase sempre com a tese central de que quem não é a favor deles é a favor do comunismo. Juntos, eles têm quase 12 milhões de seguidores no Facebook. E eles atingem ainda mais pessoas por meio de uma gigantesca rede de grupos no Whatsapp.
Tagesspiegel - Brasil acima de tudo?, 31/10
"Brasil acima de tudo" é o slogan de Bolsonaro. Ele anunciou ser um "grande aliado" de Trump. Isso significa uma guinada na política externa. Nas últimas décadas, o Brasil investiu pesadamente nos Brics, com China, Índia, África do Sul e Rússia, e se colocou na posição de apoiador da ONU e de acordos internacionais. Bolsonaro opõem-se aos "comunistas" na ONU e ao Acordo de Paris sobre o clima, que teria minado a soberania brasileira.
Frankfurter Allgemeine Zeitung – Tempos sombrios ameaçam retornar?, 30/10
Sob Bolsonaro, muitos brasileiros temem um retorno a tempos sombrios e veem nele um risco à democracia e aos direitos humanos. Durante a campanha eleitoral, ele ameaçou, por exemplo, não reconhecer nenhum outro resultado a não ser sua vitória. Seu futuro vice-presidente, um general da reserva, disse que, em caso de circunstâncias anárquicas, não se exclui a possibilidade de um golpe com ajuda do Exército.
Uma fala do filho de Bolsonaro Eduardo, o deputado federal mais votado de todos os tempos, também deixou os tribunais de orelhas em pé. Para fechar o Supremo Tribunal, basta um soldado e um cabo, disse ele. Várias organizações de dentro e de fora do país pediram a proteção dos direitos humanos, da Constituição e da democracia. Depois do primeiro turno, Bolsonaro já havia garantido que seria "escravo da Constituição" e governaria com autoridade, mas não com autoritarismo caso se tornasse presidente. No último domingo, ele jurou a Deus.
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