Trump faz visita surpresa a tropas americanas no Iraque
É o primeiro encontro do presidente dos EUA com soldados alocados numa zona de guerra em quase dois anos no poder. No Oriente Médio, republicano aproveita para defender decisão de retirar seus militares da Síria.O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez uma visita surpresa nesta quarta-feira (26/12) a tropas americanas no Iraque, o que marcou seu primeiro encontro com soldados alocados numa zona de guerra desde que ele assumiu a Casa Branca, há quase dois anos.
Trump e sua mulher, Melania, desembarcaram na base aérea de Al-Asad, no oeste do Iraque, pouco depois das 19h (hora local), segundo repórteres presentes no local. O presidente conversou com soldados e se reuniu com líderes militares antes de partir, cerca de três horas depois.
Embora tenha sido uma visita não anunciada, já havia rumores de que o republicano poderia fazer essa viagem, dada a polêmica decisão de retirar completamente as tropas americanas da Síria e de reduzir pela metade o contingente no Afeganistão.
"O presidente Trump e a primeira-dama viajaram ao Iraque na noite de Natal para visitar nossas tropas e líderes militares e agradecê-los pelo seu serviço, seu sucesso e seu sacrifício, e também para desejá-los um feliz Natal", escreveu a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, no Twitter.
A porta-voz de Melania, por sua vez, descreveu a viagem como uma "visita surpresa aos nossos corajosos agentes americanos atualmente instalados no Iraque".
Segundo dados das Forças Armadas dos Estados Unidos, cerca de 5.200 soldados americanos estão atualmente em território iraquiano, onde treinam e aconselham tropas locais num esforço para garantir que o grupo extremista "Estado Islâmico" (EI) não ressurja no país.
Viagens presidenciais para elevar a motivação de soldados em zonas de conflito se tornaram uma tradição após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, e Trump vinha sendo criticado por se recusar a fazer visitas desse tipo até então.
O presidente aproveitou a passagem pelo Oriente Médio para defender sua decisão de retirar os cerca de 2 mil soldados alocados na Síria, sob a justificativa de que os combatentes do "Estado Islâmico" foram derrotados no país árabe.
"Nossa presença na Síria não tinha prazo indeterminado e nunca pretendeu ser permanente", afirmou Trump. "Agora alguns soldados podem voltar para casa e para suas famílias."
O republicano alegou ainda que os Estados Unidos têm lutado batalhas de outro países por muito tempo. "Não é justo quando todo o fardo recai sobre nós. Não queremos mais que outros países tirem vantagem de nós e usem nosso incrível Exército para protegê-los. Eles não pagam por isso e vão precisar fazê-lo", declarou.
"Estamos espalhados por todo o mundo. Estamos em países que a maioria das pessoas nem sabe que existem. Francamente, é ridículo", acrescentou o presidente, deixando claro, porém, que não pretende retirar as tropas também do Iraque.
A decisão de Trump de se retirar da Síria foi criticada por políticos americanos, autoridades militares, aliados estrangeiros e especialistas, que frisam que o grupo jihadista ainda resiste no país e que a saída dos americanos fragiliza seus aliados na região, entre eles os curdos.
Um desses críticos foi o secretário de Defesa, James Mattis, que comunicou sua renúncia ao cargo no dia seguinte ao anúncio de Trump sobre as tropas na Síria. Em carta de demissão, ele deixou claro que decidiu sair do governo por discordar das visões do presidente.
Mattis planejava deixar o posto no fim de fevereiro de 2019, mas Trump antecipou sua saída para 1º de janeiro. Segundo fontes do governo, ele teria se sentido frustrado pela grande repercussão midiática da carta de renúncia de seu secretário.
Passos semelhantes foram dados pelo diplomata Brett McGurk, representante dos Estados Unidos na coalizão internacional em combate ao "Estado Islâmico". Ele também pediu demissão do cargo dias após o anúncio da Síria, supostamente motivado por sua opinião contrária à decisão de abandonar a missão no país árabe.
EK/afp/efe/lusa/rtr
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Trump e sua mulher, Melania, desembarcaram na base aérea de Al-Asad, no oeste do Iraque, pouco depois das 19h (hora local), segundo repórteres presentes no local. O presidente conversou com soldados e se reuniu com líderes militares antes de partir, cerca de três horas depois.
Embora tenha sido uma visita não anunciada, já havia rumores de que o republicano poderia fazer essa viagem, dada a polêmica decisão de retirar completamente as tropas americanas da Síria e de reduzir pela metade o contingente no Afeganistão.
"O presidente Trump e a primeira-dama viajaram ao Iraque na noite de Natal para visitar nossas tropas e líderes militares e agradecê-los pelo seu serviço, seu sucesso e seu sacrifício, e também para desejá-los um feliz Natal", escreveu a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, no Twitter.
A porta-voz de Melania, por sua vez, descreveu a viagem como uma "visita surpresa aos nossos corajosos agentes americanos atualmente instalados no Iraque".
Segundo dados das Forças Armadas dos Estados Unidos, cerca de 5.200 soldados americanos estão atualmente em território iraquiano, onde treinam e aconselham tropas locais num esforço para garantir que o grupo extremista "Estado Islâmico" (EI) não ressurja no país.
Viagens presidenciais para elevar a motivação de soldados em zonas de conflito se tornaram uma tradição após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, e Trump vinha sendo criticado por se recusar a fazer visitas desse tipo até então.
O presidente aproveitou a passagem pelo Oriente Médio para defender sua decisão de retirar os cerca de 2 mil soldados alocados na Síria, sob a justificativa de que os combatentes do "Estado Islâmico" foram derrotados no país árabe.
"Nossa presença na Síria não tinha prazo indeterminado e nunca pretendeu ser permanente", afirmou Trump. "Agora alguns soldados podem voltar para casa e para suas famílias."
O republicano alegou ainda que os Estados Unidos têm lutado batalhas de outro países por muito tempo. "Não é justo quando todo o fardo recai sobre nós. Não queremos mais que outros países tirem vantagem de nós e usem nosso incrível Exército para protegê-los. Eles não pagam por isso e vão precisar fazê-lo", declarou.
"Estamos espalhados por todo o mundo. Estamos em países que a maioria das pessoas nem sabe que existem. Francamente, é ridículo", acrescentou o presidente, deixando claro, porém, que não pretende retirar as tropas também do Iraque.
A decisão de Trump de se retirar da Síria foi criticada por políticos americanos, autoridades militares, aliados estrangeiros e especialistas, que frisam que o grupo jihadista ainda resiste no país e que a saída dos americanos fragiliza seus aliados na região, entre eles os curdos.
Um desses críticos foi o secretário de Defesa, James Mattis, que comunicou sua renúncia ao cargo no dia seguinte ao anúncio de Trump sobre as tropas na Síria. Em carta de demissão, ele deixou claro que decidiu sair do governo por discordar das visões do presidente.
Mattis planejava deixar o posto no fim de fevereiro de 2019, mas Trump antecipou sua saída para 1º de janeiro. Segundo fontes do governo, ele teria se sentido frustrado pela grande repercussão midiática da carta de renúncia de seu secretário.
Passos semelhantes foram dados pelo diplomata Brett McGurk, representante dos Estados Unidos na coalizão internacional em combate ao "Estado Islâmico". Ele também pediu demissão do cargo dias após o anúncio da Síria, supostamente motivado por sua opinião contrária à decisão de abandonar a missão no país árabe.
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