Venezuela investiga aliados de Guaidó por corrupção
Representantes do oposicionista na Colômbia teriam desviado doações destinadas a venezuelanos em situação precária no país vizinho. Procurador-geral da Venezuela acusa ainda Guaidó de ser líder do esquema.
O Ministério Público da Venezuela anunciou nesta terça-feira (18/06) a abertura de uma investigação por suspeita de corrupção contra dois aliados do líder oposicionista Juan Guaidó. Os representantes do autoproclamado presidente interino do país na Colômbia são acusados de desviarem doações destinadas a ajudar venezuelanos.
Segundo o procurador-geral venezuelano, Tarek William Saab, Rossana Edith Barrera Castillo e Kevin Javier Rojas Peñaloza, designados por Guaidó para administrar os fundos destinados a venezuelanos em situação precária em Cúcuta, cidade colombiana junto na fronteira com a Venezuela, teriam se apropriado deste dinheiro.
"Guaidó é o mentor desta rede. Ele dirigiu pessoalmente a máfia de corrupção, uma vez que de maneira discricionária nomeou os cidadãos que desviaram os fundos e os usaram de maneira vergonhosa", acusou Saab, que se define como chavista e foi nomeado pelo regime de Nicolás Maduro para o cargo.
O procurador-geral disse que Castillo e Peñaloza são suspeitos de terem desvio de dinheiro para contas pessoais e que serão acusados de "legitimação de capitais, corrupção e associação para cometer delitos".
"Essas pessoas falsificaram faturas para supostos pagamentos de hotéis onde se alojavam venezuelanos. Além disso, inflacionaram os números de alegados militares desertores que se encontravam em Cúcuta para justificar o desperdício de dinheiro", acrescentou o procurador.
Saab disse que recursos desviados teriam sido usados para gastos pessoais, consumo de bebidas alcoolicas, com prostituição e para financiar atividades para desestabilizar o governo de Maduro. O procurador afirmou que pedirá ao governo colombiano que entregue provas documentais que mantém em seu poder e supostamente comprovariam as irregularidades.
A Venezuela atravessa uma grave crise humanitária, encontrando-se num impasse político desde janeiro deste ano, quando Guaidó se autodeclarou presidente interino, alegando falta de legitimidade de Maduro, eleito em 2017. O líder oposicionista foi reconhecido por mais de 50 países, incluindo Estados Unidos e Brasil. Segundo ONU, mais de 4 milhões de pessoas já saíram do país, desde 2015.
A denúncia dos supostos desvios foi publicada pelo site PanAm Post na segunda-feira. Guaidó afirmou que não tolerará o uso indevido de doações coletadas para enfrentar a crise humanitária e disse que qualquer suspeita de irregularidade será investigada. O oposicionista anunciou também que seu embaixador na Colômbia iniciou uma investigação para apurar o caso.
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