Número de mortos em protestos no Chile chega a 23
Jovem sofreu parada cardíaca durante manifestação em Santiago. Serviço de emergência afirma que policiais continuaram a disparar balas de borracha e gás lacrimogênio durante atendimento. Um socorrista ficou ferido.O número de mortos na crise social que sacode o Chile chegou a 23, segundo um balanço divulgado neste sábado (16/11) pelo governo do país.
De acordo com a Subsecretaria do Interior, a 23ª pessoa que perdeu a vida em meio aos protestos era um homem de 29 anos, que estava na Praça Itália, no centro de Santiago, na sexta-feira, quando sofreu uma parada cardíaca. Ele foi atendida pelo Serviço de Atendimento Metropolitano (Samu) e levado ao hospital, mas não resistiu.
Depois da morte, o Samu chileno divulgou um comunicado, afirmando que a polícia continuou lançando jatos de água, disparando balas de borracha e atacando com gás lacrimogêneo, enquanto a manifestante era atendida no meio da rua.
Uma integrante da equipe de resgate, inclusive, ficou ferida, segundo o órgão.
"O ataque impediu que déssemos os cuidados necessários a paciente, nos obrigando a atrasar a reanimação e forçando a evacuação, devido a insegurança no local. Como funcionários de saúde, não podemos tolerar a atuação da força policial" diz nota do Samu.
Nenhum integrante do governo ou representante da polícia respondeu ao posicionamento do órgão.
Nesta sexta-feira, 268 pessoas foram detidas e 26 manifestantes ficaram feridos, em mais um dia de atos pelo país, que não esfriaram mesmo após o anúncio de um plebiscito para perguntar à população sobre a confecção de uma nova Constituição para o Chile.
Na sexta-feira, um balanço divulgado pelo Instituto Nacional de Direitos Humanos (INDH) havia apontado que 22 pessoas haviam morrido durante dos protestos no Chile. Outras 2.209 sofreram ferimentos.
Segundo o instituto – um órgão estatal, mas que age de maneira independente – mais da metade dos ferimentos foram causados por tiros disparados por agentes estatais. Entre os ferimentos estão 209 casos de trauma ocular causados pelo impacto de balas de borracha ou de chumbo ou bombas de gás lacrimogêneo que atingiram os rostos dos manifestantes.
Pelo menos 6.046 foram presas até a sexta-feira, segundo o INDH, que verificou testemunhos de detenções ilegais, espancamentos, torturas e violações dos direitos humanos durante os protestos. Por essas razões, a agência entrou com 319 ações judiciais em favor de 472 vítimas, a maioria delas contra a polícia.
O aumento do preço do bilhete do metrô de Santiago foi a faísca que desencadeou na metade de outubro uma explosão social sem precedentes desde o fim da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990). A principal reivindicação dos manifestantes é acabar com a desigualdade de um modelo econômico neoliberal e garantir direitos fundamentais como a saúde, a aposentadoria e a educação.
JPS/efe
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A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube
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De acordo com a Subsecretaria do Interior, a 23ª pessoa que perdeu a vida em meio aos protestos era um homem de 29 anos, que estava na Praça Itália, no centro de Santiago, na sexta-feira, quando sofreu uma parada cardíaca. Ele foi atendida pelo Serviço de Atendimento Metropolitano (Samu) e levado ao hospital, mas não resistiu.
Depois da morte, o Samu chileno divulgou um comunicado, afirmando que a polícia continuou lançando jatos de água, disparando balas de borracha e atacando com gás lacrimogêneo, enquanto a manifestante era atendida no meio da rua.
Uma integrante da equipe de resgate, inclusive, ficou ferida, segundo o órgão.
"O ataque impediu que déssemos os cuidados necessários a paciente, nos obrigando a atrasar a reanimação e forçando a evacuação, devido a insegurança no local. Como funcionários de saúde, não podemos tolerar a atuação da força policial" diz nota do Samu.
Nenhum integrante do governo ou representante da polícia respondeu ao posicionamento do órgão.
Nesta sexta-feira, 268 pessoas foram detidas e 26 manifestantes ficaram feridos, em mais um dia de atos pelo país, que não esfriaram mesmo após o anúncio de um plebiscito para perguntar à população sobre a confecção de uma nova Constituição para o Chile.
Na sexta-feira, um balanço divulgado pelo Instituto Nacional de Direitos Humanos (INDH) havia apontado que 22 pessoas haviam morrido durante dos protestos no Chile. Outras 2.209 sofreram ferimentos.
Segundo o instituto – um órgão estatal, mas que age de maneira independente – mais da metade dos ferimentos foram causados por tiros disparados por agentes estatais. Entre os ferimentos estão 209 casos de trauma ocular causados pelo impacto de balas de borracha ou de chumbo ou bombas de gás lacrimogêneo que atingiram os rostos dos manifestantes.
Pelo menos 6.046 foram presas até a sexta-feira, segundo o INDH, que verificou testemunhos de detenções ilegais, espancamentos, torturas e violações dos direitos humanos durante os protestos. Por essas razões, a agência entrou com 319 ações judiciais em favor de 472 vítimas, a maioria delas contra a polícia.
O aumento do preço do bilhete do metrô de Santiago foi a faísca que desencadeou na metade de outubro uma explosão social sem precedentes desde o fim da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990). A principal reivindicação dos manifestantes é acabar com a desigualdade de um modelo econômico neoliberal e garantir direitos fundamentais como a saúde, a aposentadoria e a educação.
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