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Ataque em Jersey City teve motivação antissemita

11/12/2019 18h59

Autoridades afirmam que dupla que matou quatro pessoas tinha como alvo mercado judaico. Jornal aponta que um dos agressores fez parte de movimento supremacista negro e publicou comentários antissemitas antes do atentado.O ataque a tiros que na terça-feira (10/12) deixou quatro mortos em Jersey City, perto de Nova York, teve motivação antissemita. Segundo as autoridades locais, os autores do ataque, David Anderson e Francine Graham escolheram como alvo um mercado judaico local. Três clientes do estabelecimento morreram. Um policial que tentou abordar os agressores também morreu. A dupla foi abatida após um tiroteio que durou quatro horas, elevando o número de mortos para seis pessoas.

A análise das câmeras de vigilância na rua deixa claro que os dois suspeitos que morreram no tiroteio "atingiram a loja kosher" de Jersey City, escreveu o prefeito Steven Fulop em sua conta no Twitter. "Esse foi um crime de ódio contra a população judaica.”

O detetive da polícia local Joseph Seals foi o primeiro a morrer depois de se aproximar dos dois agressores - um homem e uma mulher - pouco antes do ataque, quando a dupla estava parada em uma caminhonete perto de um cemitério. O policial Seals tinha cinco filhos.

Os agressores então dirigiram lentamente para o armazém kosher, onde entraram armados e começaram a atirar imediatamente contra civis, contou o diretor de segurança pública de Jersey City, James Shea.

Após o ataque na loja, centenas de agentes fortemente armados, alguns à paisana e outros uniformizados, chegaram rapidamente ao local, transformando a área residencial de Jersey City em uma zona de guerra. Dois policiais foram baleados, além de um civil que passava.

Fontes policiais não identificadas citadas pelo jornal The New York Times disseram que um dos agressores havia postado online comentários antissemitas e contra a polícia antes do tiroteio. O NYT e a rede NBC também informaram que fontes policiais apontaram que um dos agressores, David Anderson já fez parte de um movimento chamado "Black Hebrew Israelite ("Israelitas Hebreus Negros”), cujos seguidores acreditam ser os verdadeiros descentes dos judeus do Antigo Testamento.

Em 2008, a ONG Southern Poverty Law Center (SPLC), que monitora grupos extremistas, afirmou que alguns setores do movimento abrigavam vários supremacistas negros "que acreditam que os judeus são impostores diabólicos e que condenam os brancos como o mal personificado”.

O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, informou nesta quarta-feira que a polícia de Nova York também está em "alerta máximo" e que agentes foram enviados "para proteger os principais locais da comunidade judaica". Nova York abriga a maior comunidade judaica fora de Israel.

"Tragicamente, isso confirma que um padrão crescente de antissemitismo violento se tornou uma crise para nossa nação. E agora essa ameaça chegou aos portões da cidade de Nova York", alertou de Blasio em comunicado.

"A história nos ensina o quão perigoso é esse tipo de padrão de ódio. Precisamos parar o antissemitismo de forma agressiva e decisiva. Convoco todos os nova-iorquinos a se unirem para eliminar essa ameaça", afirmou.

Os incidentes antissemitas nos EUA se mantiveram em níveis próximos ao recorde em 2018, quando foram registradas duas vezes mais agressões físicas contra judeus do que em 2017, de acordo com um relatório da Liga Anti-Difamação publicado em abril.

Em outubro de 2018, um americano matou 11 pessoas em uma sinagoga em Pittsburgh, na Pensilvânia, o maior ataque à comunidade judaica nos Estados Unidos.

JPS/rt/afp/ots

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