ONU divulga lista de empresas ligadas a assentamentos israelenses
ONU divulga lista de empresas ligadas a assentamentos israelenses - Aguardado há anos, relatório identifica 112 companhias envolvidas em atividades nos assentamentos judaicos na Cisjordânia, considerados ilegais pelo direito internacional. Documento inclui nomes como Airbnb e Motorola.A Organização das Nações Unidas divulgou nesta quarta-feira (12/02) uma aguardada lista de empresas envolvidas em atividades em assentamentos israelenses na Cisjordânia, considerados ilegais pelo direito internacional e por resoluções da própria ONU.
O documento, divulgado pelo Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, lista um total de 112 companhias, sendo 94 delas sediadas em Israel e 18 em seis outros países: Estados Unidos, Reino Unido, Luxemburgo, Holanda, Tailândia e França.
Entre os nomes há bancos e empresas de construção, além de grandes companhias internacionais como Airbnb, Alstom, Booking.com, Expedia, Motorola Solutions e TripAdvisor.
O relatório vem em resposta a uma resolução de 2016 do Conselho de Direitos Humanos da ONU que solicitou um "banco de dados de todas as empresas envolvidas em atividades específicas relacionadas a assentamentos israelenses no território palestino ocupado".
Um porta-voz de Michelle Bachelet, alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, afirmou que o documento não é uma "lista negra" e não tem o objetivo de qualificar qualquer atividade das empresas relacionadas como ilegal.
"Tenho consciência de que esta questão foi e continuará sendo altamente controversa", disse Bachelet. Ela acrescentou, porém, que o relatório foi submetido a um "processo de revisão extenso e meticuloso" e é "baseado em fatos".
Embora a ONU rejeite se tratar de uma condenação a essas empresas, a questão é delicada já que as companhias estão agora sujeitas a boicotes e desinvestimentos com a intenção de impor pressão contra Israel por seus assentamentos. Elas podem também enfrentar batalhas legais.
"Exigimos que as empresas fechem imediatamente suas sedes e filiais dentro de assentamentos israelenses, já que a presença delas contradiz resoluções internacionais e da ONU", afirmou Mohammad Shtayyeh, primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestina (ANP).
O líder palestino afirmou que as companhias serão perseguidas através de "instituições legais internacionais e em tribunais em seus países por participarem de violações de direitos humanos" no território palestino. Segundo ele, palestinos também poderiam exigir compensações pelo "uso de nossas terras ocupadas ilegalmente".
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, por sua vez, rejeitou o relatório, afirmando se tratar do trabalho de um "organismo tendencioso e sem influência", referindo-se ao Alto Comissariado.
"Em vez de lidar com direitos humanos, este órgão está tentando manchar o nome de Israel. Rejeitamos qualquer tentativa desse tipo com toda a força e repugnância", disse o premiê.
O ministro do Exterior israelense, Israel Katz, chamou o documento da ONU de uma "rendição vergonhosa às pressões de países e de organizações que querem prejudicar Israel".
A divulgação da lista era aguardada há muito por ativistas dos direitos humanos. Em seu relatório anual publicado em 14 de janeiro, a organização Human Rights Watch destacou que o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos estava dois anos e meio atrasado em relação ao prazo previsto para apresentar uma lista das empresas que se beneficiaram com os assentamentos.
Israel começou a criar assentamentos no território palestino da Cisjordânia após ter ocupado a região na Guerra dos Seis Dias, em 1967. A maioria dos países considera os assentamentos judaicos ilegais pelo direito internacional.
Mais de 600 mil judeus vivem hoje na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, assim como três milhões de palestinos, com as tensões frequentemente altas. Os palestinos reivindicam a Cisjordânia como parte de seu almejado Estado, junto com Jerusalém Oriental e a Faixa de Gaza.
EK/afp/ap/lusa/rtr
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O documento, divulgado pelo Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, lista um total de 112 companhias, sendo 94 delas sediadas em Israel e 18 em seis outros países: Estados Unidos, Reino Unido, Luxemburgo, Holanda, Tailândia e França.
Entre os nomes há bancos e empresas de construção, além de grandes companhias internacionais como Airbnb, Alstom, Booking.com, Expedia, Motorola Solutions e TripAdvisor.
O relatório vem em resposta a uma resolução de 2016 do Conselho de Direitos Humanos da ONU que solicitou um "banco de dados de todas as empresas envolvidas em atividades específicas relacionadas a assentamentos israelenses no território palestino ocupado".
Um porta-voz de Michelle Bachelet, alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, afirmou que o documento não é uma "lista negra" e não tem o objetivo de qualificar qualquer atividade das empresas relacionadas como ilegal.
"Tenho consciência de que esta questão foi e continuará sendo altamente controversa", disse Bachelet. Ela acrescentou, porém, que o relatório foi submetido a um "processo de revisão extenso e meticuloso" e é "baseado em fatos".
Embora a ONU rejeite se tratar de uma condenação a essas empresas, a questão é delicada já que as companhias estão agora sujeitas a boicotes e desinvestimentos com a intenção de impor pressão contra Israel por seus assentamentos. Elas podem também enfrentar batalhas legais.
"Exigimos que as empresas fechem imediatamente suas sedes e filiais dentro de assentamentos israelenses, já que a presença delas contradiz resoluções internacionais e da ONU", afirmou Mohammad Shtayyeh, primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestina (ANP).
O líder palestino afirmou que as companhias serão perseguidas através de "instituições legais internacionais e em tribunais em seus países por participarem de violações de direitos humanos" no território palestino. Segundo ele, palestinos também poderiam exigir compensações pelo "uso de nossas terras ocupadas ilegalmente".
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, por sua vez, rejeitou o relatório, afirmando se tratar do trabalho de um "organismo tendencioso e sem influência", referindo-se ao Alto Comissariado.
"Em vez de lidar com direitos humanos, este órgão está tentando manchar o nome de Israel. Rejeitamos qualquer tentativa desse tipo com toda a força e repugnância", disse o premiê.
O ministro do Exterior israelense, Israel Katz, chamou o documento da ONU de uma "rendição vergonhosa às pressões de países e de organizações que querem prejudicar Israel".
A divulgação da lista era aguardada há muito por ativistas dos direitos humanos. Em seu relatório anual publicado em 14 de janeiro, a organização Human Rights Watch destacou que o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos estava dois anos e meio atrasado em relação ao prazo previsto para apresentar uma lista das empresas que se beneficiaram com os assentamentos.
Israel começou a criar assentamentos no território palestino da Cisjordânia após ter ocupado a região na Guerra dos Seis Dias, em 1967. A maioria dos países considera os assentamentos judaicos ilegais pelo direito internacional.
Mais de 600 mil judeus vivem hoje na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, assim como três milhões de palestinos, com as tensões frequentemente altas. Os palestinos reivindicam a Cisjordânia como parte de seu almejado Estado, junto com Jerusalém Oriental e a Faixa de Gaza.
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