Em Berlim, andar de bicicleta deve integrar currículo escolar
Em Berlim, andar de bicicleta deve integrar currículo escolar - Governo da capital alemã quer incluir habilidade no ensino escolar. Iniciativa visa aumentar segurança no trânsito e incentivar a formação de futuros ciclistas.Aprender a andar de bicicleta está prestes a se tornar uma tarefa escolar em Berlim. O governo da cidade quer incluir essa modalidade no currículo dos primeiros anos do ensino fundamental, para, além de treinar crianças desde pequenas a pedalar com segurança, também incentivar a formação de novos futuros ciclistas. A iniciativa deve ser um reforço às aulas de segurança no trânsito que já fazem parte do currículo escolar.
Com base num projeto piloto que está sendo desenvolvido numa escola da cidade, na qual foi montado um percurso onde os pequenos treinam a destreza sobre duas rodas, a Secretaria Estadual de Educação de Berlim está desenvolvendo um plano para incluir o ensino de como andar de bicicleta nas aulas de educação física.
A ideia por trás da iniciativa é treinar as crianças desde pequenas a se comportar no trânsito e, desta maneira, quem sabe, ajudar a reduzir o número de acidentes – somente neste ano 15 ciclistas já morreram em acidentes em Berlim. Entre as lições a serem aprendidas estão algumas regras básicas – e muito pouco usadas por ciclistas na cidade –, como sinalizar com o braço uma mudança de direção, por exemplo.
Ainda não se sabe quando a modalidade entrará no currículo escolar, mas a iniciativa é um passo importante para que todos os futuros integrantes do trânsito tenham uma perspectiva ampla uns dos outros. Muitas vezes tenho a impressão de que muitos motoristas nunca andaram de bicicleta e, por isso, não percebem que determinados comportamentos colocam em risco a vida de ciclistas.
Recentemente, tirei minha carteira de motorista aqui e posso dizer que desde que uso a bicicleta como meio de locomoção minha perspectiva sobre os ciclistas mudou muito. Aprendi a ter paciência e aguardar para fazer uma ultrapassagem sem colocar em risco quem está de bicicleta. Também sei que estacionar ou parar em uma ciclovia obriga os ciclistas a desviarem do obstáculo andando pela rua, o que pode ser muitas vezes perigoso. Não vejo um ciclista como alguém que está prejudicando o trânsito, mas alguém que contribui para diminuir o tráfego ao optar por se locomover com a bicicleta e que também está contribuindo para a proteção do clima.
Para um trânsito mais seguro e mais justo, se colocar no lugar do outro deveria ser a máxima, mas nem sempre isso é fácil quando não há experiência prévia. Por isso, todo motorista deveria ser um ciclista por pelo menos um dia. Nesse sentido, o projeto de Berlim pode promover uma grande mudança no trânsito nos próximos anos, quando as crianças de hoje se tornarem ciclistas ou motoristas.
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Clarissa Neher é jornalista da DW Brasil e mora desde 2008 na capital alemã. Na coluna Checkpoint Berlim, escreve sobre a cidade que já não é mais tão pobre, mas continua sexy. Siga-a no Twitter.
Autor: Clarissa Neher
Com base num projeto piloto que está sendo desenvolvido numa escola da cidade, na qual foi montado um percurso onde os pequenos treinam a destreza sobre duas rodas, a Secretaria Estadual de Educação de Berlim está desenvolvendo um plano para incluir o ensino de como andar de bicicleta nas aulas de educação física.
A ideia por trás da iniciativa é treinar as crianças desde pequenas a se comportar no trânsito e, desta maneira, quem sabe, ajudar a reduzir o número de acidentes – somente neste ano 15 ciclistas já morreram em acidentes em Berlim. Entre as lições a serem aprendidas estão algumas regras básicas – e muito pouco usadas por ciclistas na cidade –, como sinalizar com o braço uma mudança de direção, por exemplo.
Ainda não se sabe quando a modalidade entrará no currículo escolar, mas a iniciativa é um passo importante para que todos os futuros integrantes do trânsito tenham uma perspectiva ampla uns dos outros. Muitas vezes tenho a impressão de que muitos motoristas nunca andaram de bicicleta e, por isso, não percebem que determinados comportamentos colocam em risco a vida de ciclistas.
Recentemente, tirei minha carteira de motorista aqui e posso dizer que desde que uso a bicicleta como meio de locomoção minha perspectiva sobre os ciclistas mudou muito. Aprendi a ter paciência e aguardar para fazer uma ultrapassagem sem colocar em risco quem está de bicicleta. Também sei que estacionar ou parar em uma ciclovia obriga os ciclistas a desviarem do obstáculo andando pela rua, o que pode ser muitas vezes perigoso. Não vejo um ciclista como alguém que está prejudicando o trânsito, mas alguém que contribui para diminuir o tráfego ao optar por se locomover com a bicicleta e que também está contribuindo para a proteção do clima.
Para um trânsito mais seguro e mais justo, se colocar no lugar do outro deveria ser a máxima, mas nem sempre isso é fácil quando não há experiência prévia. Por isso, todo motorista deveria ser um ciclista por pelo menos um dia. Nesse sentido, o projeto de Berlim pode promover uma grande mudança no trânsito nos próximos anos, quando as crianças de hoje se tornarem ciclistas ou motoristas.
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Clarissa Neher é jornalista da DW Brasil e mora desde 2008 na capital alemã. Na coluna Checkpoint Berlim, escreve sobre a cidade que já não é mais tão pobre, mas continua sexy. Siga-a no Twitter.
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