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Desmatamento na região amazônica cresceu 57% em três anos
Desmatamento na região amazônica cresceu 57% em três anos - Destruição de áreas florestais superou os 10 mil km² por ano no último triênio, patamar que não era registrado desde 2008, segundo estudo. Diminuição da fiscalização e falta de punição estão entre as principais causas.Um estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) nesta quarta-feira (02/02) apontou que a derrubada de florestas na região amazônica em um período de três anos, de agosto de 2018 a julho de 2021, foi 56,6% maior do que no mesmo período trienal anterior.
No período analisado pela pesquisa, o desmatamento na Amazônia ultrapassou os 10 mil km² por ano, o que não ocorria desde 2008.
Conforme o levantamento, o Pará segue na liderança do ranking dos estados com a maior destruição de áreas florestais desde 2017. No triênio 2019-2021, o Pará concentrou 43% do desmatamento do bioma, seguido por Amazonas (18%), Mato Grosso (16%) e Rondônia (13%).
Outros estados, como Acre (7%), Roraima (2%), Maranhão (1%), Amapá (0,03%) e Tocantins (0,03%), juntos, somaram 11% do total. Em termos proporcionais ao tamanho do território, porém, o Acre foi o que mais perdeu área de floresta, e registrou o segundo maior aumento de área desmatada entre os triênios analisados, de 104%. Nesse quesito, o Acre ficou atrás apenas de Roraima, que registrou aumento de 122% na área desmatada no mesmo período.
O desmatamento em terras indígenas registrou alta de 153% – foram 1.255 km² de floresta derrubados no triênio da pesquisa, comparado com 496 km² no triênio anterior. Já o desmatamento em unidades de conservação cresceu 63,7%, com 3.595 km² derrubados no triênio do estudo, contra 2.195 km² dos três anos anteriores.
Conforme a pesquisa, ao menos 51% do desmatamento do último triênio ocorreu em terras públicas, sendo 83% delas áreas de domínio federal.
As florestas públicas não destinadas, que não estão submetidas a regras específicas de proteção como as unidades de conservação e as terras indígenas, somaram quase um terço do desmatamento no bioma amazônico no período, com 3.228 km² derrubados por ano no triênio, alta de 85% comparada à média anual do triênio anterior.
Para o IPAM, a alta do desmatamento ficou mais evidente a partir da campanha presidencial de 2018 e da vitória de Jair Bolsonaro. O órgão atribui a devastação da floresta a uma série de causas, entre elas o enfraquecimento dos órgãos de fiscalização, a redução de ações de combate ao desmatamento e de controle de atividades ilegais em áreas verdes, além da falta de punição a crimes ambientais.
E a tendência, segundo o IPAM, é de que o desmatamento continue em elevação nas áreas pesquisadas.
"Estamos subindo degraus rápido demais quanto à destruição da Amazônia e não podemos nos acostumar com isso. Quando olhamos para os números dos últimos três anos, fica claro o retrocesso daquilo que o Brasil foi um dia. Seguimos um caminho totalmente oposto às atitudes que o planeta precisa, com urgência, neste momento", afirmou a diretora de Ciência do IPAM, Ane Alencar, principal autora do estudo.
gb/bl (ots)
No período analisado pela pesquisa, o desmatamento na Amazônia ultrapassou os 10 mil km² por ano, o que não ocorria desde 2008.
Conforme o levantamento, o Pará segue na liderança do ranking dos estados com a maior destruição de áreas florestais desde 2017. No triênio 2019-2021, o Pará concentrou 43% do desmatamento do bioma, seguido por Amazonas (18%), Mato Grosso (16%) e Rondônia (13%).
Outros estados, como Acre (7%), Roraima (2%), Maranhão (1%), Amapá (0,03%) e Tocantins (0,03%), juntos, somaram 11% do total. Em termos proporcionais ao tamanho do território, porém, o Acre foi o que mais perdeu área de floresta, e registrou o segundo maior aumento de área desmatada entre os triênios analisados, de 104%. Nesse quesito, o Acre ficou atrás apenas de Roraima, que registrou aumento de 122% na área desmatada no mesmo período.
O desmatamento em terras indígenas registrou alta de 153% – foram 1.255 km² de floresta derrubados no triênio da pesquisa, comparado com 496 km² no triênio anterior. Já o desmatamento em unidades de conservação cresceu 63,7%, com 3.595 km² derrubados no triênio do estudo, contra 2.195 km² dos três anos anteriores.
Conforme a pesquisa, ao menos 51% do desmatamento do último triênio ocorreu em terras públicas, sendo 83% delas áreas de domínio federal.
As florestas públicas não destinadas, que não estão submetidas a regras específicas de proteção como as unidades de conservação e as terras indígenas, somaram quase um terço do desmatamento no bioma amazônico no período, com 3.228 km² derrubados por ano no triênio, alta de 85% comparada à média anual do triênio anterior.
Para o IPAM, a alta do desmatamento ficou mais evidente a partir da campanha presidencial de 2018 e da vitória de Jair Bolsonaro. O órgão atribui a devastação da floresta a uma série de causas, entre elas o enfraquecimento dos órgãos de fiscalização, a redução de ações de combate ao desmatamento e de controle de atividades ilegais em áreas verdes, além da falta de punição a crimes ambientais.
E a tendência, segundo o IPAM, é de que o desmatamento continue em elevação nas áreas pesquisadas.
"Estamos subindo degraus rápido demais quanto à destruição da Amazônia e não podemos nos acostumar com isso. Quando olhamos para os números dos últimos três anos, fica claro o retrocesso daquilo que o Brasil foi um dia. Seguimos um caminho totalmente oposto às atitudes que o planeta precisa, com urgência, neste momento", afirmou a diretora de Ciência do IPAM, Ane Alencar, principal autora do estudo.
gb/bl (ots)
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