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UE aprova quinto pacote de sanções à Rússia e mira carvão

07/04/2022 18h47

UE aprova quinto pacote de sanções à Rússia e mira carvão - Pela primeira vez, medidas afetam o setor energético, privando os cofres russos de 4 bilhões de euros por ano. Novas medidas também incluem embargo a armas e veto às exportações de alta tecnologia.A União Europeia (UE) aprovou nesta quinta-feira (07/04) o quinto pacote de sanções contra a Rússia devido à invasão na Ucrânia. Pela primeira vez, as restrições afetarão o setor energético, com a proibição das importações de carvão russo.

As novas medidas também incluem um embargo de armas, o veto às exportações de alta tecnologia e mais sanções contra "oligarcas, atores de propaganda russa, membros do aparelho de segurança e militar e entidades do setor industrial e tecnológico ligados à agressão russa contra a Ucrânia", informou a presidência francesa do Conselho da UE, no Twitter, destacando que o "pacote tão substancial amplia as sanções contra a Rússia a novos âmbitos".



As medidas foram propostas na quarta-feira pela Comissão Europeia e acordadas pelos embaixadores dos Estados-membros da UE, após dois dias de debates sobre os detalhes. Agora, elas devem ser publicadas no Diário Oficial da UE para que entrem em vigor, o que deve ocorrer nesta sexta-feira.

A quinta rodada de sanções contra a Rússia chega em resposta a imagens recentes de civis executados em Bucha, um município perto de Kiev ocupado durante semanas pelas tropas russas e no qual a UE acredita que foram cometidos crimes de guerra. O Kremlin nega e acusa Kiev de "encenação".

Impacto do embargo ao carvão

A proibição das importações de carvão privará os cofres da Rússia de 4 bilhões de euros por ano, segundo Bruxelas, que considera estar fazendo progressos na estratégia de reduzir a capacidade do Kremlin de financiar a guerra.

A Rússia é o principal fornecedor de energia da UE, que compra 46,7% do carvão que utiliza, 40% do gás natural e 27% do petróleo.

No entanto, estes dois últimos hidrocarbonetos foram deixados de fora do novo pacote de sanções, apesar de terem um maior impacto econômico: dos 99 bilhões de euros que a UE pagou à Rússia por energia no ano passado, 74 bilhões foram pelo petróleo, 17,3 bilhões pelo gás e apenas 5,4 bilhões pelo carvão.

Por essa razão, a UE não exclui a inclusão de restrições ao gás e ao petróleo, no futuro, caso a Rússia não cesse os ataques. Mas a forte dependência destes combustíveis em alguns países, especialmente no centro e leste do bloco, e o receio de que possa levar a faltas de abastecimento ou a um novo aumento dos preços da eletricidade, travaram a medida no momento.

Proibição de importações e bloqueio a portos

Além do embargo ao carvão, a UE congelará os ativos de vários bancos da Rússia e proibirá as importações de produtos russos no valor de 5,5 bilhões de euros, principalmente matérias-primas e materiais críticos.

Serão igualmente proibidas certas exportações europeias para a Rússia no valor de 10 bilhões de euros, especialmente produtos de alta tecnologia, a fim de minar a base industrial e econômica da Rússia.

A UE também fechará os seus portos para navios de bandeira russa. As exceções serão entregas de produtos agrícolas, ajuda humanitária e energia. Além disso, serão impostas restrições aos transportadores rodoviários russos e belarussos.

Em muitos pontos, a discussão foi dura. A Polônia foi contra o aumento do prazo para encerrar as importações de carvão e países como Grécia e Malta não queriam ser tão rigorosos quanto ao fechamento de portos.

Também estão contempladas sanções individuais contra mais políticos, responsáveis por propaganda e empresários russos, após 200 diplomatas da Rússia terem sido expulsos de países da UE nos últimos dias.

A lista proposta pela Comissão incluía duas filhas de Putin, Ekaterina Tikhonova e Maria Vorontsova, frutos do casamento com a sua primeira esposa, Lyudmila Putina, confirmaram à Agência EFE fontes europeias, mas a lista definitiva dos sancionados só será divulgada na sexta-feira.

Na quarta-feira,os EUA anunciaram novas sanções contra a Rússia, incluindo, também, as filhas de Putin.

le (EFE, ots)