União Europeia passa a proibir importação de carvão russo
União Europeia passa a proibir importação de carvão russo - Embargo ao carvão russo entra em vigor nos países do bloco europeu. Anunciada em abril, medida visa atingir o setor energético de Moscou, em resposta à guerra na Ucrânia. UE importava 20% do carvão produzido na Rússia.As importações de carvão da Rússia pelos países-membros da União Europeia (UE) estão proibidas a partir desta quarta-feira (10/08). A medida integra o quinto pacote de sanções imposto pelo bloco devido à invasão russa da Ucrânia, anunciado ainda em abril.
A proibição faz parte de uma série de ações da UE que visam enfraquecer o setor energético da Rússia. Em abril, a Comissão Europeia disse que o embargo ao carvão poderia custar a Moscou cerca de 8 bilhões de euros por ano.
À época do anúncio, ficou estipulado que as nações do bloco teriam 120 dias para buscar carvão em outros países ou encontrar alternativas para a geração de energia.
A União Europeia depende fortemente de carvão mineral para a geração de energia: por ano, o bloco importava em torno de 20% do total do carvão produzido na Rússia – o que representa, por outro lado, cerca de metade de todo o carvão importado pela UE, que agora precisará ser substituído.
Os maiores compradores dentro do bloco são usinas e indústrias da Alemanha, Polônia, Itália, Holanda, Espanha e França.
Brian Ricketts, secretário-geral da Associação Europeia de Carvão e Lignito (Eurocoal), acredita que a UE passará a importar ainda mais carvão do que antes para substituir as centrais a gás.
"Acreditamos que isso [o aumento da importação de carvão a partir de outros mercados] vai acontecer porque até 120 terawatts-hora de produção de eletricidade a partir do gás devem ser substituídos por carvão e lignito. Isso economizaria cerca de 22 bilhões de metros cúbicos de gás por ano, muito mais do que qualquer outra medida", afirmou Ricketts.
Importação de outros países
A UE já tem intensificado o abastecimento de carvão a partir de outros países, como Colômbia, Austrália e Estados Unidos, segundo dados da Braemar, empresa especializada em transporte marítimo e gerenciamento de risco.
Em junho, países europeus adquiriram 7,9 milhões de toneladas de carvão mineral, mais do que o dobro do mesmo período do ano passado.
Ricketts também aponta que países como "Polônia, Austrália, Indonésia, EUA, Colômbia e África do Sul aumentaram a produção de lignito" em pelo menos nove Estados-membros da UE.
As importações a partir da Colômbia chegaram a 1,2 milhão de toneladas em junho, contra apenas 287 mil toneladas no mesmo período no ano passado.
Também em junho, a UE importou cerca de 1,1 milhão de toneladas da Austrália, a taxa mais alta já registrada.
Já as importações de carvão proveniente dos Estados Unidos aumentaram quase 28% em junho deste ano em relação ao mesmo mês de 2021.
Outros embargos a caminho
Além do carvão, a UE também já estipulou datas para o início de embargos a outros produtos, incluindo um embargo parcial ao petróleo russo, que será proibido de ser adquirido por via marítima a partir de 5 de dezembro deste ano.
A sanção parcial ocorre porque as importações de petróleo através de oleodutos ainda serão permitidas, principalmente a países muito dependentes do produto, como Hungria e Eslováquia.
Já o embargo a produtos derivados do petróleo passará a valer a partir de 5 de fevereiro de 2023.
Se o embargo ao carvão russo será de fato respeitado, Ricketts presume que isso só será possível afirmar quando os portos e alfândegas apresentarem estatísticas sobre o tema: "A alfândega está muito atrasada com seus números", disse o secretário da Eurocoal.
Além disso, há a responsabilidade direta dos Estados-membros da UE em cumprir o que foi acordado. "É claro que se espera que os países implementem o que eles próprios decidiram. Acompanharemos a situação, mas não temos dúvidas de que o embargo será implementado", opinou Eric Mamer, porta-voz da Comissão Europeia, na sexta-feira passada.
Nesta semana, também entrou em vigor o plano de contingência em relação ao fornecimento de gás para o inverno. Por isso, apesar do crescimento nas importações de carvão, a Agência Internacional de Energia pede que a Europa aumente a eficiência na geração de energia por meio de outras fontes, inclusive a nuclear, para arcar com uma possível crise energética.
gb/ek (Reuters, DPA)
A proibição faz parte de uma série de ações da UE que visam enfraquecer o setor energético da Rússia. Em abril, a Comissão Europeia disse que o embargo ao carvão poderia custar a Moscou cerca de 8 bilhões de euros por ano.
À época do anúncio, ficou estipulado que as nações do bloco teriam 120 dias para buscar carvão em outros países ou encontrar alternativas para a geração de energia.
A União Europeia depende fortemente de carvão mineral para a geração de energia: por ano, o bloco importava em torno de 20% do total do carvão produzido na Rússia – o que representa, por outro lado, cerca de metade de todo o carvão importado pela UE, que agora precisará ser substituído.
Os maiores compradores dentro do bloco são usinas e indústrias da Alemanha, Polônia, Itália, Holanda, Espanha e França.
Brian Ricketts, secretário-geral da Associação Europeia de Carvão e Lignito (Eurocoal), acredita que a UE passará a importar ainda mais carvão do que antes para substituir as centrais a gás.
"Acreditamos que isso [o aumento da importação de carvão a partir de outros mercados] vai acontecer porque até 120 terawatts-hora de produção de eletricidade a partir do gás devem ser substituídos por carvão e lignito. Isso economizaria cerca de 22 bilhões de metros cúbicos de gás por ano, muito mais do que qualquer outra medida", afirmou Ricketts.
Importação de outros países
A UE já tem intensificado o abastecimento de carvão a partir de outros países, como Colômbia, Austrália e Estados Unidos, segundo dados da Braemar, empresa especializada em transporte marítimo e gerenciamento de risco.
Em junho, países europeus adquiriram 7,9 milhões de toneladas de carvão mineral, mais do que o dobro do mesmo período do ano passado.
Ricketts também aponta que países como "Polônia, Austrália, Indonésia, EUA, Colômbia e África do Sul aumentaram a produção de lignito" em pelo menos nove Estados-membros da UE.
As importações a partir da Colômbia chegaram a 1,2 milhão de toneladas em junho, contra apenas 287 mil toneladas no mesmo período no ano passado.
Também em junho, a UE importou cerca de 1,1 milhão de toneladas da Austrália, a taxa mais alta já registrada.
Já as importações de carvão proveniente dos Estados Unidos aumentaram quase 28% em junho deste ano em relação ao mesmo mês de 2021.
Outros embargos a caminho
Além do carvão, a UE também já estipulou datas para o início de embargos a outros produtos, incluindo um embargo parcial ao petróleo russo, que será proibido de ser adquirido por via marítima a partir de 5 de dezembro deste ano.
A sanção parcial ocorre porque as importações de petróleo através de oleodutos ainda serão permitidas, principalmente a países muito dependentes do produto, como Hungria e Eslováquia.
Já o embargo a produtos derivados do petróleo passará a valer a partir de 5 de fevereiro de 2023.
Se o embargo ao carvão russo será de fato respeitado, Ricketts presume que isso só será possível afirmar quando os portos e alfândegas apresentarem estatísticas sobre o tema: "A alfândega está muito atrasada com seus números", disse o secretário da Eurocoal.
Além disso, há a responsabilidade direta dos Estados-membros da UE em cumprir o que foi acordado. "É claro que se espera que os países implementem o que eles próprios decidiram. Acompanharemos a situação, mas não temos dúvidas de que o embargo será implementado", opinou Eric Mamer, porta-voz da Comissão Europeia, na sexta-feira passada.
Nesta semana, também entrou em vigor o plano de contingência em relação ao fornecimento de gás para o inverno. Por isso, apesar do crescimento nas importações de carvão, a Agência Internacional de Energia pede que a Europa aumente a eficiência na geração de energia por meio de outras fontes, inclusive a nuclear, para arcar com uma possível crise energética.
gb/ek (Reuters, DPA)
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