PF cumpre no RJ novos mandados em caso de fraude em cartão de vacinação de Bolsonaro

PF cumpre no RJ novos mandados em caso de fraude em cartão de vacinação de Bolsonaro - Entre os alvos está ex-prefeito de Duque de Caxias e atual secretário de Transportes do RJ. Investigadores suspeitam que suposto esquema fraudulento tinha outros beneficiários.A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira (04/06) a segunda fase da Operação Venire, que apura inserção de dados falsos nos registros de vacinação contra a covid-19 no sistema do Ministério da Saúde, incluindo a suposta fraude nos cartões de vacinação da família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no final de 2022.

Os alvos da operação são o ex-prefeito de Duque de Caxias e atual secretário de Transportes do Estado do Rio de Janeiro, Washington Reis (MDB), e Célia Serrano da Silva, secretária de Saúde do município. Segundo a PF, eles estariam entre os responsáveis por viabilizar a inserção de dados falsos de vacinação no sistema.

Em nota, a PF informou que estão sendo cumpridos mandados de busca e apreensão emitidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).

A corporação afirma que apura a existência de uma associação criminosa responsável por crime de inserção de dados falsos de vacinação no Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI) e da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS).

Investigações da PF apontam que o suposto esquema de fraude de vacinas em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, ocorria através de encomenda, mediante pagamento ou interferência política e tráfico de influência.

Em outras buscas, a PF identificou a existência de outros beneficiários do suposto esquema de falsificação de cartão de vacina em Duque de Caxias que não teriam qualquer relação com Bolsonaro.

Os investigadores suspeitam que o esquema não teria sido criado exclusivamente para beneficiar o ex-presidente e aliados, mas já existiria antes.

Primeira fase teve operação contra Bolsonaro

A primeira fase da Operação Venire foi deflagrada em maio do ano passado. À época, o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, foi preso. Um dos mandados de busca e apreensão foi cumprido pela PF na residência do ex-presidente, em Brasília.

Continua após a publicidade

A operação investiga a adulteração no cartão de vacina de Bolsonaro, da filha do ex-presidente, Laura, e de Mauro Cid. A imunização teria sido feita na Unidade Básica de Saúde (UBS) do Parque Peruche, em São Paulo, no dia 19 de julho de 2021.

De acordo com a prefeitura de São Paulo, apesar de haver registro no sistema com o CPF de Bolsonaro, a UBS nunca atendeu o ex-presidente, nem recebeu o lote da vacina citado no registro. Além disso, a profissional registrada como vacinadora nunca trabalhou na unidade mencionada.

Ainda à época, o Ministério da Saúde informou que todas as informações inseridas no sistema de registro de imunizações do Sistema Único de Saúde (SUS) são rastreáveis e feitas mediante cadastro. Segundo a pasta, não houve relato de invasão externa ou de acesso sem cadastro ao sistema no período investigado pela PF.

Em depoimento à PF no ano passado, o ex-presidente Bolsonaro negou ter conhecimento sobre inserção de dados falsos em sua carteira de vacinação e alegou que, se Mauro Cid adulterou cartões, foi à sua revelia.

md/ra (EBC, ots)

Deixe seu comentário

Só para assinantes