Geração beta, nascida a partir de 2025, deve crescer com IA e ver a virada do século
O ano de 2025 marca o nascimento de uma nova geração: a dos Beta, nascidos entre 2025 e 2039. Eles serão 16% da população global até 2035 e devem viver para ver a virada do século, segundo um estudo da consultoria australiana McCrindle.
Filhos das gerações Millennial (nascidos entre 1980 e 1994) e Z (1995-2009), eles crescerão em um mundo transformado pela inteligência artificial (IA) e outros avanços tecnológicos ainda imprevisíveis, além de sucessivas crises climáticas.
IA e automação devem estar presentes em todos os aspectos da vida desta nova geração, desde a escola até o trabalho, saúde e entretenimento. Os Betas devem ser os primeiros a ver transporte autônomo em larga escala e ambientes virtuais imersivos como parte de seu cotidiano; o que e como aprendem, o que consomem e suas interações sociais devem ser moldados pela IA, prevê a McCrindle.
Junto com a Geração Alfa, nascida entre 2010 e 2024, esta será a segunda geração integrada unicamente por indivíduos nascidos no século 21.
Vida social gerada por IA?
E se a Geração Z cresceu nas redes sociais e a geração seguinte, em "mundos virtuais" como o Minecraft ou o Roblox, o que esperar dos Betas em um mundo dominado pela IA?
Esses jovens podem viver em um mundo onde é comum se relacionar afetivamente com personagens gerados por um computador, especula a psicóloga Jean Twenge em entrevista ao portal americano Axios.
"Isso poderia ter um impacto enorme no desenvolvimento social [dessas pessoas]", afirma Twenge, que argumenta que as diferenças entre as gerações são moldadas pelo impacto da tecnologia nas nossas relações e é autora do livro Generations: The Real Differences Between Gen Z, Millennials, Gen X, Boomers and Silents — and What They Mean for America's Future ("Gerações: as verdadeiras diferenças entre Geração Z, Millenials, Geração X, Boomers e Silenciosos - e o que elas significam para o futuro dos EUA", em tradução livre).
A McCrindle, porém, pontua que os pais desta nova geração, por conhecerem bem o lado ruim do excesso de tecnologia em suas vidas, tendem a se assegurar de que seus filhos terão uma educação equilibrada, com atividades ao ar livre e interações sociais na vida real.
Outra economia?
A McCrindle também prevê que a Geração Beta deve ser educada para ser mais sustentável do ponto de vista ambiental e econômico - tanto por causa das crises sistêmicas vivenciadas por seus pais quanto por terem a própria vida impactada pelas mudanças climáticas e demográficas, bem como rápida urbanização.
Esses jovens também devem ser mais colaborativos, cosmopolitas e unidos por um maior senso de comunidade, na avaliação da consultoria.
"A Geração Beta será moldada por pais que, de várias formas, viveram desafios econômicos e sociais", afirma a McCrindle . "E isso cria uma resiliência, uma capacidade de responder a tempos incertos, mas com uma visão conservadora - um desejo de economizar, um desejo de reutilizar, um foco não só no crescimento e em mais acumulação."
Um mundo mais velho
A Geração Beta também deve assistir a uma mudança demográfica significativa com o envelhecimento da população global, queda nas taxas de fertilidade e aumento da expectativa de vida, desafiando economias inteiras com a massa crescente de aposentados.
À medida em que eles se tornam adultos, o mundo já não estará mais debatendo superpopulação, e sim "sustentabilidade populacional", projeta a McCrindle.
A classificação de gerações, como Alfa, Beta ou Millennials, já foi alvo de questionamentos por especialistas no passado. Alguns argumentam que as diferenças entre grupos populacionais não podem ser reduzidas à idade, já que outros fatores, como acesso à tecnologia, também desempenham um papel em como um indivíduo se comporta.
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