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Paquistão amanhece com escolas fechadas após massacre; começam os funerais

Divyakant Solanki/Efe
Imagem: Divyakant Solanki/Efe

Em Islamabad

17/12/2014 08h34Atualizada em 17/12/2014 09h03

O Paquistão amanheceu nesta quarta-feira de luto, com bandeiras a meio mastro, colégios fechados e o início dos funerais, após o massacre do Taleban em uma escola de Peshawar (noroeste), com ao menos 141 mortos e 131 feridos, a maioria crianças, em um dos piores ataques insurgentes no país asiático.

Vigílias com velas e rezas em mesquitas em honra aos falecidos ocorreram ao longo de toda a noite em diferentes cidades paquistanesas, enquanto em Peshawar começaram os ritos funerários que serão realizados hoje de forma conjunta entre fortes medidas de segurança.

Nessa cidade, capital da província de Khyber Pakhtunkhwa, contígua com as zonas tribais nas quais se refugiam os insurgentes e palco habitual de atentados, fecharam todas os centros educativos, enquanto em Islamabad as instituições governamentais não abriram, de acordo com a imprensa local.

O governo se reúne hoje com os principais partidos políticos para discutir a situação após o ataque, que o primeiro-ministro, Nawaz Sharif, qualificou de "tragédia nacional", após declarar três dias de luto.

O líder do opositor Paquistão Tehreek-e-Insaf ("PTI"), Imran Khan, que liderou os protestos e mobilizações nas ruas contra o governo, também estará presente nesse encontro.

O ataque aconteceu ontem de manhã, quando um grupo de insurgentes vestidos com uniformes do Exército entrou em um colégio administrado pela entidade em Peshawar, iniciando um dia de terror que durou oito horas até que as forças de segurança tomaram o controle do complexo educativo.

Segundo os relatos de testemunhas e fontes oficiais, os atacantes foram de classe em classe disparando e lançado granadas contra estudantes e professores, deixando um rastro de mortos.

No total 132 estudantes morreram, enquanto 122 ficaram feridos.

Também foram abatidos os sete terroristas dentro da escola.

O principal grupo do Taleban paquistanês, o Tehrik-e-Taliban Pakistan (TTP), reivindicou o ataque e justificou dizendo que para o "Exército nossas famílias são alvos" nas operações militares lançadas contra os insurgentes nas zonas tribais do Waziristão do Norte e Khyber.

O ataque, um dos piores no país asiático nos últimos anos , gerou um enérgico rejeição internacional, com penas do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e os líderes da Índia, Narendra Modi; Afeganistão, Ashraf Gani, e o coordenador das Nações Unidas no Paquistão, Timo Pakkala.