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Primeiro-ministro irlandês pede à populaçao que diga "sim" ao casamento gay

20.mai.2015 - O premiê da Irlanda, Enda Kenny, faz evento de campanha pelo "sim" ao casamento gay no país - Cathal McNaughton/Reuters
20.mai.2015 - O premiê da Irlanda, Enda Kenny, faz evento de campanha pelo "sim" ao casamento gay no país Imagem: Cathal McNaughton/Reuters

Em Dublin

22/05/2015 11h21

O primeiro-ministro da Irlanda, o democrata-cristão Enda Kenny, insistiu que o "sim" à legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo, que será decidida nesta sexta-feira (22) em referendo, é um voto a favor da "igualdade" no país.

Kenny lançou essa mensagem em sua conta no Twitter, e também publicou uma foto junto com sua esposa, Fionnuala, após depositar sua cédula no colégio de San Antonio da cidade de Castlebar, no condado de Mayo.

"Nesta manhã, Fionnuala e eu votamos 'sim' pela igualdade no casamento", escreveu o primeiro-ministro, católico praticante, em um tuíte às 9h (6h em Brasília), três horas depois da abertura dos centros de votação.

Durante 15h, até às 21h, os pouco mais de três milhões de irlandeses poderão exercer seu direito ao voto em um referendo que, em caso de vitória do "sim", tornará este país, ainda majoritariamente católico, no primeiro a aprovar o casamento entre pessoas do mesmo sexo por vontade popular.

Embora as pesquisas continuem a indicar uma confortável vitória para o "sim", o "não" encurtou a distância nas últimas semanas e o número de indecisos é significativo, motivo pelo qual o governo de Dublin pediu ao eleitorado que compareça às urnas.

A baixa participação pode fazer com que mudanças relativamente pequenas nas intenções de voto possam ter uma influência significativa sobre o resultado final.

Ao meio-dia a maioria dos centros de votação de Dublin informou que a participação dos eleitores superava os 20%, acima da média de consultas anteriores, segundo a emissora pública "RTE".

Nas zonas rurais da República da Irlanda a participação era baixa, alinhada a de outras consultas, apesar da tendência de crescer no fim do dia.

Nos dois últimos plebiscitos, só 33% e 39% do eleitorado foram às urnas, em 2012 e 2013, respectivamente, sobre a reforma da Lei do Menor e a abolição do Senado.

Também hoje, os irlandeses devem decidir em outro referendo se reduzem de 35 para 21 anos a idade mínima para ser presidente da República, cargo essencialmente representativo.

A República da Irlanda já promulgou em 2010 a lei de Relações Civis que, pela primeira vez neste país, deu reconhecimento legal aos casais do mesmo sexo, mas evitando qualificar essas uniões de "casamento".