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Bento 16 diz seu caminho teológico não seria imaginável sem João Paulo 2º

Da Cidade do Vaticano

04/07/2015 08h17

O papa emérito Bento 16 lembrou neste sábado seu antecessor, "o grande santo" João Paulo 2º, e afirmou que, sem sua figura, seu caminho espiritual e teológico "não seria nem sequer imaginável".

Bento 16 enviou essa mensagem às autoridades da Pontifícia Universidade João Paulo II da Cracóvia e da Academia da Música da mesma cidade polonesa para agradecer sua posse como doutor "Honoris Causa".

Na carta, divulgada hoje pela Santa Sé, o papa alemão abordou o tema da música - que centra os estudos dessas instituições - e afirmou que João Paulo II encarnou a união entre "a grande música sacra e a "articipação comum na liturgia".

"Com seu exemplo vivo, ele mostrou como podem estar juntos a alegria da grande música sacra e o dever da participação comum na liturgia, o gozo solene e a simplicidade da humilde celebração da fé", assinalou.

Além disso encorajou ambas as instituições a preservarem "o dom da música e a força criativa da fé" no futuro.

"A atividade das duas universidades representa uma contribuição essencial para que o grande dom da música que provém da tradição da fé cristã continue vivo e ajude a força criativa da fé a não se extinguir um futuro", disse.

Lembrou que na Constituição sobre a liturgia do influente Concílio Vaticano II (1962-1965) foi escrito "claramente" o dever de "conservar e aumentar com grande atenção o patrimônio da música sacra" na Igreja.

Neste sentido apontou que "em nenhum âmbito cultural há uma música de similar grandeza".

"No âmbito das mais diversas culturas e religiões está presente uma grande literatura, uma grande arquitetura, uma grande pintura e escultura. E também a música. Mas, no entanto, em nenhum outro âmbito cultural se dá uma música de grandeza similar à do âmbito da fé cristã", abundou.

E acrescentou: "Desde Palestrina, Bach ou Händel até Mozart, Beethoven ou Bruckner. A música ocidental tem algo único, que não se encontra em outras culturas. E isto nos deve fazer pensar".

Para Bento XVI "a grande música sacra é uma realidade de categoria teológica e de significado permanente para a fé de toda a Cristandade".

"Está claro que a música não pode desaparecer da liturgia e que sua presença pode ser um modo especial para a participação nas celebrações sagradas, no mistério da fé", afirmou.