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Hiroshima finaliza preparativos para 70º aniversário do bombardeio atômico

Bombardeio matou instantaneamente cerca de 80 mil pessoas - EFE
Bombardeio matou instantaneamente cerca de 80 mil pessoas Imagem: EFE

Em Tóquio

05/08/2015 04h52Atualizada em 05/08/2015 18h45

As autoridades de Hiroshima finalizaram nesta quarta-feira (5) os preparativos para lembrar o 70º aniversário do lançamento da bomba atômica sobre a cidade por parte dos Estados Unidos em uma cerimônia da qual participarão representantes de uma centena de países, um número recorde.

Entre os presentes estarão a embaixadora dos EUA no Japão, Caroline Kennedy, que irá ao evento pelo segundo ano consecutivo, e a subsecretária de Estado para o Controle de Armas e Segurança Internacional, Rose Gottemoeller.

Tanto Hiroshima (oeste do Japão) como Nagasaki (sudoeste), a segunda cidade japonesa que sofreu um ataque nuclear americano ao término da Segunda Guerra Mundial, pedem há anos que Barack Obama se transforme no primeiro presidente dos EUA a visitar ambas cidades.

Embora Obama não pretenda comparecer aos atos desse ano, a Casa Branca não descartou que a visita possa acontecer antes do fim de seu mandato em 2017.

Potências nucleares como Rússia, Reino Unido e França enviarão também representantes diplomáticos à cerimônia, que será realizada no Parque da Paz de Hiroshima e começará amanhã com um minuto de silêncio às 8h15 (horário local, 20h15 de quarta-feira em Brasília).

Essa é a hora exata na qual foi lançada em 6 de agosto de 1945 a bomba que recebeu o nome de "Little Boy".

A detonação acabou de forma imediata com a vida de 80 mil pessoas, mas este número aumentaria no final de 1945, quando o balanço de mortos se elevou a cerca de 140 mil, e nos anos posteriores as vítimas pela radiação somaram muitas mais.

Por outra parte, a lembrança dos 70 anos do bombardeio atômico acontece em um ambiente marcado pelos protestos contra o governo do primeiro-ministro, Shinzo Abe, perante sua decisão de botar ponto final a mais de seis décadas de pacifismo constitucional no Japão com sua reforma militar.

Além de permitir que as Forças de Autodefesa (Exército) possam participar de operações no exterior, o atual Executivo impulsionou também a reativação de usinas nucleares no país após o acidente de Fukushima, decisão à qual se opõem mais da metade dos japoneses, segundo as enquetes.

Por este motivo foram convocadas para amanhã, quinta-feira, grandes manifestações em frente ao edifício do parlamento em Tóquio.