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Oposição denuncia sumiço de cédulas nas eleições primárias da Argentina

Walter Diaz/AAFP
Imagem: Walter Diaz/AAFP

Em Buenos Aires

09/08/2015 20h57

A oposição denunciou neste domingo (9) um suposto desaparecimento de cédulas de votação em algumas seções durante as eleições primárias realizadas hoje na Argentina.

Após o fechamento das urnas, os porta-vozes do Pró (Partido Proposta Republicana), liderado pelo atual prefeito de Buenos Aires e principal pré-candidato oposicionista, Mauricio Macri, indicaram que tinham instruído os fiscais do partido a denunciarem os problemas detectados.

Macri foi incisivo e afirmou que teve início o "esporte nacional do roubo de cédulas (eleitorais)", mas acrescentou que os representantes do Pró estavam preparados para fazer a reposição.

"Foi reportada a falta de cédulas nossas e de outros partidos em muitas regiões da Grande Buenos Aires. Os presidentes de mesa (das seções) devem suspender a votação até que todas estejam lá", afirmou o senador Ernesto Sanz, aliado de Macri na coalizão Mudemos.

O sumiço das cédulas para votar no Pró, segundo o partido, ocorreu especialmente nas zonas eleitorais da região metropolitana de Buenos Aires, mais populosa do país e considerada como um bastião peronista.

"O sistema de votação é obsoleto e pouco transparente", disse Jorge Macri, prefeito da cidade de Vicente López, na província de Buenos Aires, e primo do principal candidato da oposição.

Em seu primeiro discurso após o fechamento das urnas, o ministro da Justiça da Argentina, Julio Alak, comemorou o "alto grau" de fiscalização, a "normalidade e a ordem" da jornada eleitoral e não mencionou problemas sobre as cédulas.

Pelo lado kirchnerista, Jorge Telerman, porta-voz do candidato aliado da presidente Cristina Kirchner e atual governador da província de Buenos Aires, Daniel Sciolo, afirmou que "não há denúncias" registradas na Justiça Eleitoral.

A Frente de Esquerda e dos Trabalhadores também denunciou o roubo de cédulas e pediu para que as irregularidades sejam denunciadas.

Mais de 32 milhões de argentinos foram convocados às urnas hoje, em uma eleição que serve para testar as forças dos principais grupos políticos do país e determinar quem serão os aspirantes à Casa Rosada.

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