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Presidente eleito da Argentina, Macri visitará Dilma na sexta-feira

Em Brasília

02/12/2015 09h24

O presidente eleito da Argentina, Mauricio Macri, visitará na próxima sexta-feira (4) a presidente Dilma Rousseff, em sua sua primeira viagem ao exterior desde que venceu as eleições, confirmaram fontes oficiais brasileiras.

Macri, que tomará posse no próximo dia 10, será recebido por Dilma no Palácio do Planalto, no primeiro contato pessoal entre eles.

Durante a campanha eleitoral na Argentina, Dilma mostrou apoio velado ao candidato governista Daniel Scioli, que perdeu para Macri por uma diferença de três pontos percentuais.

Após a divulgação dos resultados das eleições de 22 de novembro, Dilma felicitou Macri por sua vitória e o convidou para "trabalharem juntos" em favor de uma relação mais próxima, tanto entre os dois países como no Mercosul.

Nesse sentido, fontes oficiais brasileiras disseram à agência Efe que o governo Dilma confia que Macri apoiará a maior abertura comercial da Argentina que o bloco reivindica, o que pode ser "positivo" para o acordo que o Mercosul tenta fechar com a União Europeia (UE).

A visita de Macri a Brasília ocorrerá dois dias antes das eleições parlamentares na Venezuela, país ao qual o presidente eleito da Argentina propôs que seja aplicada a "cláusula democrática" do Mercosul, que prevê sanções quando se comprovem rupturas institucionais.

Dilma se referiu à posição de Macri sobre a Venezuela esta semana e declarou que a chamada "cláusula democrática" do bloco "não pode ser aplicada em função de hipóteses, mas baseada em fatos concretos", o que, para ela, não é o caso.

Mesmo tendo mantido uma relação estreita com o governo de Nicolás Maduro, nos últimos meses o Brasil endureceu o tom com a Venezuela e na semana passada condenou em duros termos o assassinato de um opositor venezuelano durante um comício eleitoral.

Em uma nota oficial, o governo brasileiro rejeitou "firmemente o uso de qualquer tipo de violência que possa afetar o bom desenvolvimento do processo eleitoral" e pediu às autoridades venezuelanas que "investiguem os fatos e punam os responsáveis".

Também afirmou que "é responsabilidade das autoridades venezuelanas zelar para que o processo que culminará com as eleições legislativas transcorra de forma limpa e pacífica, de modo a permitir que o povo exerça com tranquilidade seu dever cívico e tenha sua vontade soberana plenamente respeitada".