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"O trabalho segue com mais força do que nunca", diz Cristina Kirchner

Cristina Kirchner se despediu da Presidência da Argentina com um grande comício - Pablo Porciuncula/AFP
Cristina Kirchner se despediu da Presidência da Argentina com um grande comício Imagem: Pablo Porciuncula/AFP

Em Buenos Aires

09/12/2015 21h50

A presidente em fim de mandato da Argentina, Cristina Kirchner, afirmou que sua tarefa seguirá "com mais força que nunca" e que o lugar de um militante é "junto ao povo", em um dos últimos atos de seu período de oito anos no poder que termina à meia-noite desta quarta-feira (9).

"A tarefa segue. O lugar natural de um militante não tem que ser o governo, o lugar natural de um militante é sempre junto ao povo, às pessoas. Peço que Deus ilumine toda a presidência argentina, que pensem neste mundo novo, que cuidem da Argentina porque não há lugar seguro no mundo e temos que ter a clareza e a inteligência de saber que temos que colocar os interesses do país acima de tudo", comentou.

Cristina Kirchner disse acreditar "que o trabalho continuará com mais força do que nunca" em ato na sede do governo, que contou com a presença do presidente da Bolívia, Evo Morales, seus ministros, membros de organizações defensoras dos direitos humanos, do filho e do neto, entre outros.

A ainda presidente afirmou que em diferentes países da região "se tenta, e em alguns casos se consegue, mudar o que foi, o que é e o que continuará sendo: a conquista de direitos, avanços e progressos conseguidos com dificuldades".

"Estou otimista que o povo vai defender cada um desses direitos adquiridos durante esta década e durante estes 12 anos, além das históricas manifestações na região", declarou.

Segundo Cristina, "há uma agenda para a região escrita de fora" que gira sobre "três eixos fundamentais": um político, uma "hegemonia midiática" na "batalha das ideias" e um terceiro que denominou como "partido judicial", sobre o qual "se opera nos diferentes países da região".

A presidente agradeceu especialmente a presença de Morales e dos ministros do governo que está de saída, que, segundo ela, tiveram que aguentar "agravantes, calúnias e injúrias".

O governante deixou inaugurado na Casa Rosada um busto de seu marido e antecessor, o falecido presidente Néstor Kirchner, que governou o país entre 2003 e 2007.

Posteriormente, Cristina foi à Praça de Maio, às portas da Casa Rosada, onde se concentraram milhares de militantes kirchneristas para apoiá-la na despedida, e discursou pela última vez.

Durante o discurso, Fernández não fez nenhuma referência à decisão de não comparecer à cerimônia de posse do presidente eleito, Mauricio Macri, que jurará o cargo nesta quinta-feira (10).