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Hollande admite impacto dos testes nucleares na Polinésia Francesa

23/02/2016 07h35

Paris, 23 fev (EFE).- O presidente francês, François Hollande, reconheceu que os testes nucleares que seu país realizou nos territórios da Polinésia Francesa até 1993 tiveram um "impacto" meio ambiental, sanitário e social.

Em discurso em Papetee, durante uma viagem à Polinésia Francesa, Hollande com esse reconhecimento deu um passo que deveria facilitar os procedimentos de indenização reivindicado pelos antigos trabalhadores e moradores das ilhas que se sentem prejudicados por esses testes atômicos.

"Sem a Polinésia Francesa -explicou-, a França não teria armas nucleares e, portanto, força de dissuasão. A França seguiria sendo uma nação respeitada, mas não teria a capacidade para ser uma nação plenamente independente, capaz ser ouvida em todas partes, de poder garantir seu território".

"Essa contribuição que fornecestes através dos testes nucleares -acrescentou o chefe do Estado-, quero reconhecer solenemente".

Hollande precisou que "os testes nucleares realizados entre 1966 e 1993 na Polinésia Francesa tiveram um impacto meio ambiental, tiveram consequências sanitárias e também causaram alterações sociais" ao término, já que criou desemprego para as pessoas que foram empregadas pela indústria de defesa.

As associações dos afetados consideram que Hollande tinha que ter ido mais longe e pedido perdão.

De qualquer forma, o presidente disse que modificará o decreto de aplicação de uma lei de 2010 para indenizar as vítimas.