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Maduro afirma que houve "campanha suja" contra Evo Morales para referendo

23/02/2016 00h18

Caracas, 22 fev (EFE).- O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta segunda-feira que houve "uma campanha suja" contra o chefe de Estado boliviano, Evo Morales, para prejudicar sua reputação, o que acabou repercutindo no referendo pela reeleição que o líder do país andino perdeu no domingo.

"Evo foi alvo de uma campanha suja. Evo Morales é o líder mais honesto que a Bolívia jamais conheceu". "Ele é um líder integro e vem sendo acusado de uma quantidade de coisas que não têm nome, para destruir sua imagem e o projeto dos povos originais da Bolívia", disse Maduro.

Em seu pronunciamento feito durante um ato de governo transmitido em rede obrigatória de rádio e televisão, Maduro garantiu que "o império americano" está "por trás disso", pois "quer destruir todos os processos independentes e progressistas da América Latina".

"Há uma ameaça contra os processos populares, progressistas, revolucionários, de mudança, porque a direita latino-americana unida ao império americano não respeita as regras do jogo", disse o presidente venezuelano.

Esta não é a primeira vez que Maduro acusa o "império americano", a forma como se refere aos Estados Unidos, pelas derrotas eleitorais sofridas por líderes da esquerda na região, especialmente em seu país, onde o chavismo recentemente perdeu o controle do parlamento, pela primeira vez em 15 anos, com uma ampla derrota eleitoral.

O presidente venezuelano assegurou que as campanhas negativas contra os líderes latino-americanos de esquerda são travadas de Miami por pessoas que, segundo ele, são conhecidas, mas não quis oferecer mais detalhes.

Mais de 6,5 milhões de bolivianos estavam aptos a votar no referendo de domingo, no qual se consultou sobre uma reforma constitucional para ampliar de dois para três o número de mandatos presidenciais consecutivos permitidos, o que possibilitaria que Morales pudesse voltar a ser candidato em 2019.

Morales, assim como o presidente equatoriano Rafael Correa, o líder cubano Raúl Castro e o chefe de Estado nicaraguense Daniel Ortega, é um dos líderes mais próximos do governo de Maduro e de seu antecessor, o falecido Hugo Chávez.