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Atenas chama embaixadora em Viena para consultas por causa de fronteiras

25/02/2016 11h16

Atenas, 25 fev (EFE).- O Ministério das Relações Exteriores da Grécia convocou para consultas sua embaixadora em Viena, Jrissula Aliferi, após os desacordos entre ambos os países por causa do fechamento das fronteiras na rota de refugiados nos Bálcãs.

"Está claro que os grandes problemas da União Europeia não podem ser resolvidos com pensamentos e mentalidades do século XIX. Nem decisões de chefes de Estados podem ser substituídas com decisões de chefes de Polícia", afirmou o Ministério em comunicado.

Segundo o Ministério, este último fato constitui "um problema sério para a democracia".

Com isso se referiu à decisão tomada há alguns dias pelos chefes de Polícia de países da rota balcânica de impedir a passagem de todos os refugiados que não disponham de papéis na regra e de fechar as fronteiras aos afegãos.

Atenas considera que este ato "demonstra a necessidade de proteger a Europa de alguns ignorantes da História".

"As iniciativas unilaterais para a solução da crise dos refugiados e as violações do direito internacional e do acervo comunitário por Estados-Membros da UE constituem práticas que podem pôr em risco o processo de unificação europeia", acrescentou o Ministério.

O governo de Atenas destacou que as responsabilidades para enfrentar a crise dos refugiados não devem ser assumidas por um só país.

"O bom senso diz que a solução eficaz deste problema complexo deve ser inspirada pelos princípios da solidariedade e da distribuição justa da carga. Grécia trabalha neste sentido", acrescentou o Ministério em seu comunicado.

A ligação para consultas foi feita com o propósito de "manter as relações amistosas entre os Estados e os povos da Grécia e da Áustria", destacou o órgão.

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, afirmou ontem que a Grécia vetará acordos políticos na União Europeia enquanto os parceiros não aplicarem o pactuado sobre a divisão de refugiados.

O primeiro-ministro criticou que algumas decisões tomadas por todos os líderes da UE possam ser canceladas em "repartições", em alusão ao fato de que chefes de Polícia é que tomaram a decisão unilateral de fechar as fronteiras.