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Biden pede desculpas ao México por "retórica prejudicial" na campanha dos EUA

25/02/2016 20h59

Cidade do México, 25 fev (EFE).- O vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu desculpas ao México nesta quinta-feira pela "retórica prejudicial" na campanha para definir os candidatos à presidência de seu país, que registrou falas contra os imigrantes mexicanos.

Houve muita "retórica prejudicial" e "quase sinto a obrigação de pedir desculpas por esta campanha presidencial", disse Biden na residência oficial de Los Pinos em mensagem à imprensa ao lado do líder mexicano, Enrique Peña Nieto.

Esta retórica "acalorada" de alguns candidatos à Casa Branca "não representa quem somos nós, o povo dos Estados Unidos. Não é a opinião da maioria das pessoas do meu país, é o oposto", garantiu.

O vice-presidente americano destacou que a grande maioria dos americanos e dos mexicanos "passa quase o dia todo tentando ganhar a vida para dar de comer a seus filhos, pagar suas despesas e manter uma família".

México e EUA têm uma troca comercial de mais de US$ 1,5 bilhão ao dia e "seis milhões de trabalhadores americanos têm um trabalho" graças ao comércio com este país, apontou.

"Os Estados Unidos vendem mais ao México que ao Brasil, Rússia, Índia e China em conjunto" e 80% das exportações mexicanas vão para os EUA, afirmou Biden, que em um evento prévio qualificou de "perigoso" o discurso de vários pré-candidatos republicanos.

"Somos uma nação de migrantes", afirmou o vice-presidente na inauguração na capital mexicana da terceira rodada do Diálogo Econômico de Alto Nível (DEAN) entre ambos países.

Donald Trump, favorito entre os pré-candidatos presidenciais do Partido Republicano, disse que deportaria os 11 milhões de imigrantes ilegais que vivem nos EUA, tachou de criminosos e narcotraficantes os procedentes do México e prometeu construir um muro na fronteira.

Nesta semana o também pré-candidato republicano, Ted Cruz, endureceu seu discurso em relação aos imigrantes ao ameaçar expulsar os ilegais, erguer um muro na fronteira com o México para impedir seu reingresso e triplicar o número de agentes na divisa.