Rubio e Cruz se unem para atacar Trump em debate republicano

Os pré-candidatos republicanos à presidência dos Estados Unidos Marco Rubio e Ted Cruz adotaram nesta quinta-feira (25) uma estratégia comum para atacar de todas as formas possíveis o magnata Donald Trump, em um debate extremamente belicoso que descambou várias vezes para o campo pessoal.
Rubio e Cruz, que até agora tinham protagonizado vários duelos entre si, firmaram hoje um cessar-fogo e se concentraram exclusivamente em atacar o favorito para a indicação republicana segundo as pesquisas e ganhador em três dos quatro primeiros estados a votar no processo de primárias.
Em praticamente cada uma de suas intervenções, seja qual fosse o tema em questão, os dois senadores de ascendência cubana aproveitaram para atacar diretamente Trump, que estava posicionado bem no meio dos dois.
"Donald Trump é maleável, enquanto Ted Cruz não é maleável", garantiu Cruz, que criticou o fato de Trump ter doado dinheiro a senadores que participaram da redação da proposta de reforma migratória de 2013 e condenou seus vínculos passados com a candidata democrata Hillary Clinton.
Momento tenso
Um dos momentos de maior tensão da noite ocorreu quando Cruz se juntou às insinuações realizadas pelo ex-candidato presidencial republicano Mitt Romney e disse que, "presumivelmente", se Trump ainda não divulgou sua declaração de impostos "é porque tem algo aí".
Apesar de Trump já ter se referido anteriormente à questão e explicado que suas contas estavam sendo submetidas a uma auditoria "rotineira" por parte do fisco e que, por isso, não podia publicá-las, Cruz insistiu que esta auditoria "evidencia a necessidade" de sua divulgação "imediata".
Até o momento, Trump, Cruz e Rubio não apresentaram suas declarações fiscais.
Rubio, por sua vez, tentou de desqualificar o magnata logo no início do debate lembrando que este contratou imigrantes para seus empreendimentos na Flórida, "ao invés de americanos" e o acusou de ser o único presente hoje no palco que tinha contratado imigrantes.
"Bem, sou o único aqui que contratou alguém!", respondeu Trump em referência a sua carreira profissional, e comentou que os contratos na Flórida foram temporários quando havia "muita demanda" em alta temporada e em meio expediente, algo que "as pessoas não queriam fazer".
"Se Trump não tivesse herdado US$ 200 milhões de seu pai, estaria vendendo relógios em Manhattan atualmente", alfinetou Rubio.
O debate de hoje esteve tão concentrado nos ataques de Cruz e Rubio a Trump que os outros dois candidatos em disputa, o neurocirurgião aposentado Ben Carson e o governador de Ohio John Kasich, quase não tiveram tempo para falar e ficaram relegados ao segundo plano.
Os dois senadores também acusaram o magnata nova-iorquino de não ser suficientemente pró-Israel ao ter se declarado "neutro" no conflito entre Israel e Palestina, e por ter garantido que o necessário no Oriente Médio é um acordo, "talvez o acordo mais difícil de todos no mundo".
"Um acordo não é um acordo quando se está lidando com terroristas... isto não é um acordo imobiliário", comentou Rubio.
Polêmia do muro mexicano
Perguntado sobre a recusa expressada por integrantes do governo mexicano a sua proposta de levantar um muro na fronteira e sobre se isso poderia levar a uma guerra comercial, Trump garantiu que isso não importa quando os EUA "estão perdendo US$ 58 bilhões por ano" de déficit comercial.
O magnata reiterou que se for eleito presidente construirá o muro "que medirá três metros" e criticou as palavras do ex-presidente mexicano, Vicente Fox, que disse que não vai pagar "por esse maldito muro".
"Este cara (Fox) usou uma palavra desagradável na televisão e deveria pedir desculpas", disse Trump.
Rubio respondeu afirmando que Trump "faz seus ternos e gravatas no México", por isso sua proposta, na opinião do senador pela Flórida, levaria a "uma guerra comercial contra seus próprios ternos e gravatas".
Os cinco pré-candidatos que ainda seguem em disputa pela indicação do Partido Republicano ficaram frente a frente no décimo debate realizado até o momento na campanha, que foi televisionado pelas emissoras "CNN" e "Telemundo" e aconteceu em Houston, no Texas.
Na próxima terça-feira, mais de dez estados, entre eles o Texas, realizarão suas prévias eleitorais, a chamada "Super Terça".
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