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Cardozo deixa Ministério da Justiça entre rumores de descontentamento do PT

29/02/2016 16h25

Brasília, 29 fev (EFE).- O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, renunciou nesta segunda-feira em meio a fortes rumores sobre supostas pressões do PT, aparentemente descontente com sua ação frente à corrupção.

Cardozo estava no cargo desde janeiro de 2011, quando a presidente Dilma Rousseff chegou ao poder, e era considerado um dos mais fiéis escudeiros da governante.

O governo confirmou a saída de Cardozo em uma breve nota oficial, na qual indicou que seu cargo será ocupado por Wellington Cesar Lima e Silva, um advogado com carreira no setor público e vinculado ao atual ministro da Casa Civil, Jaques Wagner.

Cardozo, por sua parte, assumirá a Advocacia-Geral da União, cujo titular, Luis Inácio Adams, já tinha antecipado sua decisão de deixar o cargo.

A possibilidade da renúncia de Cardozo foi conjecturada durante o fim de semana pela imprensa, que atribuiu sua decisão às "pressões" exercidas pelo setores da base governista salpicados pelas investigações sobre corrupção na Petrobras e em outras áreas da administração pública.

O mal-estar com Cardozo estaria liderado pelo PT, que teria pedido a saída do ministro devido a um alegado "descontrole" na Polícia Federal.

Nesse sentido, antes da confirmação da renúncia, a Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) criticou em comunicado a possibilidade de Cardozo deixar o cargo.

"Os delegados da Polícia Federal receberam com extrema preocupação as notícias sobre uma iminente saída do ministro da Justiça em razão de pressões políticas", afirma a nota.

O comunicado acrescenta que "a Polícia Federal defenderá a independência funcional e a livre condução das investigações criminais e adotará todas as medidas para preservar a pouca, mas importante, autonomia que a instituição conquistou".