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Premiê belga rejeita demissão de ministros após falha no caso El Bakraoui

24/03/2016 10h37

Bruxelas, 24 mar (EFE).- O primeiro-ministro da Bélgica, Charles Michel, se negou nesta quinta-feira a aceitar as cartas de renúncia dos ministros do Interior, Jan Jambon, e de Justiça, Koen Geens, após falhas no caso de Ibrahim El Bakraoui, um dos terroristas responsáveis pelos atentados no aeroporto de Zaventem na última terça-feira.

Ontem, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse que El Bakraoui foi preso no país e extraditado à Holanda em 2015. As declarações provocaram a convocação de uma reunião ministerial sigilosa do governo belga para avaliar as informações.

Michel decidiu não aceitar as duas demissões ao considerar que, no contexto atual, dois dias depois dos ataques contra o aeroporto de Zaventem e a estação de metrô de Maelbeek, ambos em Bruxelas, não pode ficar sem seus ministros do Interior e Justiça.

Erdogan garantiu que Holanda e Bélgica foram avisadas que El Bakraoui era um "combatente estrangeiro". Inclusive, o jihadista teria sido extraditado à Holanda a pedido do próprio país.

Geens disse ontem que a Bélgica desconhecia os vínculos de El Bakraoui com o terrorismo. Em entrevista à emissora "VRT", o ministro da Justiça destacou que "não houve uma extradição", mas sim um "reenvio à fronteira síria por parte da Turquia".

O ministro não soube afirmar com certeza se a Bélgica tinha ciência da operação. Além disso, disse desconhecer os motivos que levaram El Bakraoui ser deportado à Holanda.

De acordo com o jornal "Standaard", El Bakraoui foi condenado a nove anos de prisão em 2011 por assalto à mão armada e libertado três anos depois, na Bélgica. Após sair da prisão, ele foi de novo procurado pelas autoridades porque não tinha respeitado as regras da liberdade condicional.