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Conselho de Segurança da ONU insiste em "tolerância zero" a abusos sexuais

31/03/2016 21h08

Nações Unidas, 31 mar (EFE).- O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) voltou a falar nesta quinta-feira em "tolerância zero" frente aos abusos sexuais cometidos por boinas azuis e pediu uma "investigação urgente" das últimas denúncias na República Centro-Africana.

"Os responsáveis deveriam prestar contas", afirmou o embaixador de Angola perante a ONU, Ismael Abraão Gaspar Martins, cujo país presidiu o Conselho de Segurança das Nações Unidas neste mês.

A declaração do embaixador como presidente rotativo aconteceu depois que a ONU confirmou novas denúncias de abusos sexuais na República Centro-Africana cometidos entre 2013 e 2015, que se somam a outros casos já divulgados. As datas exatas e a quantidade de pessoas afetadas não foram informadas, mas a ONU assinalou que a "grande maioria" é menor de idade, e disse que funcionários das Nações Unidas já realizaram 108 entrevistas com pessoas vinculadas a estas denúncias.

De acordo com o embaixador angolano, o tema foi analisado na sessão de hoje do Conselho de Segurança. Ele lembrou que o órgão aprovou em 11 de março uma resolução que fixa a "tolerância zero" frente a esses abusos sexuais e avaliou positivamente a decisão do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, de dar "rápida resposta" perante estas denúncias e enviar uma equipe de investigação à região.

Martins não informou o total de novas denúncias, mas disse que há um número não determinado de menores vítimas destes abusos, o que torna "mais sério ainda" o caso.

"Quando falamos de 'tolerância zero' falamos sério, especialmente quando falamos de crianças", insistiu.

A ONU confirmou que as denúncias afetam soldados das forças de manutenção da paz das Nações Unidas de contingentes apresentados pelo Burundi e pelo Gabão, mas também há outras forças dependentes da ONU, assim como grupos armados locais.

A entidade recebeu no ano passado um total de 99 denúncias de abusos sexuais, a maioria dos casos por operações de paz na República Democrática do Congo (RDC) e a República Centro-Africana. EFE

ag/cdr