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Quase 5 milhões de sul-sudaneses carecem de ajuda alimentar, diz ONU

29/06/2016 15h50

Nações Unidas, 29 jun (EFE).- Aproximadamente, 4,8 milhões de pessoas, o que significa mais de um terço da população do Sudão do Sul, sofrerão nos próximos meses com a falta de alimentos e necessitam ajuda urgente, advertiu nesta quarta-feira a Organização das Nações Unidas (ONU).

A insegurança alimentar no país chegou a níveis inéditos como resultado de uma época seca muito prolongada e à espera das novas colheitas, conforme um comunicado conjunto do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o Programa Mundial de Alimentos (PMA) e a Organização da ONU para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Esses 4,8 milhões de pessoas necessitarão durante o mês de julho de ajuda alimentar urgente e se somam aos 350 mil residentes dos acampamentos de proteção da ONU, que dependem totalmente da assistência humanitária.

"Estamos muito preocupados ao ver que a insegurança alimentar está se estendendo para além das áreas de conflito", explicou na nota o representante da FAO no país, Serge Tissot.

Entre os motivos, ele apontou o aumento dos preços das comidas, os bloqueios em estradas e o mal funcionamento dos mercados, todos fatores que estão impedindo à população de ter acesso aos alimentos.

O Unicef advertiu que os níveis de desnutrição infantil são "verdadeiramente alarmantes" e disse que desde o começo do ano mais de 100 mil crianças foram tratadas por esse problema, 40% a mais do que no mesmo período do ano passado. As agências da ONU estão trabalhando com organizações internacionais e locais para tentar apoiar à população em risco.

Na semana passada, o governo do Sudão do Sul decidiu cancelar as cerimônias pelos cinco anos de independência do país do Sudão por conta da severa crise econômica.

Durante os últimos anos, o país foi cenário de um conflito armado, que explodiu depois que o presidente Salva Kiir, da etnia dinka, denunciou uma tentativa de golpe de Estado elaborada pelo ex-vice-presidente Riek Machar, da tribo nuer. O dirigente rebelde retornou a Juba em 26 de abril e recuperou seu cargo, dentro da aplicação do acordo de paz assinado com as autoridades em agosto de 2015.