Nepal vende arroz doado após terremoto por não conseguir entregá-lo a vítimas
O governo do Nepal começou a vender milhares de toneladas de arroz doados após o terremoto que sacudiu o país há mais de um ano para evitar que o produto apodreça nos armazéns, já que as autoridades têm dito dificuldades para entregá-lo às vítimas, informou uma fonte oficial à Agência Efe.
"Começamos a vender porque há uma alta probabilidade que o arroz estrague se o mantivermos armazenado por mais tempo", disse um dos porta-vozes da Corporação Alimentícia do Nepal, Pawan Kumar Karki.
Bangladesh e China doaram após o terremoto de 25 de abril de 2015 mais de 10 mil toneladas do alimento. Apenas 2.600 foram entregues às vítimas e outras foram enviadas a Karnali, região menos desenvolvida do Nepal, onde os alimentos são escassos.
O produto será distribuído em Karnali mediante o sistema conhecido como "comida por trabalho", no qual as autoridades pagam com arroz pela execução de serviços públicos, como, por exemplo, a construção de estradas.
O resto das doações seria armazenado, mas o governo do Nepal decidiu vender 4.459 toneladas do produto. "Esperamos arrecadar cerca de 170 milhões de rúpias (US$ 1,5 milhão)", disse Karki.
Em dezembro, o país já tinha sofrido com o problema. Seis toneladas de arroz doadas pelo Programa Mundial de Alimentos foram jogadas fora por terem estragado antes de serem distribuídos.
Na semana passada, o governo e o principal partido de oposição fecharam um acordo para agilizar o pagamento de auxílios aos desabrigados, que estão há mais de um ano em dificuldades.
Apenas 6.000 famílias das cerca de 800 mil afetadas pelo tremor receberam essa ajuda para a reconstrução de suas casas depois do terremoto, que deixou 9.000 mortos e 21 mil feridos.
Depois da tragédia, o governo do Nepal conseguiu receber US$ 4,4 bilhões em doações de diferentes países e órgãos, mas o uso da verba ficou paralisado durante meses pela ausência de uma entidade para administrar a utilização do dinheiro.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.