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Milícia curda se retira dos arredores de Jarabulus devido à ofensiva turca

29/08/2016 12h37

Cairo, 29 ago (EFE).- Os combatentes do Conselho Militar de Jarabulus, no norte da Síria e no qual figuram forças curdas, se retiraram nesta segunda-feira dos arredores dessa cidade para evitar que as forças turcas e facções armadas sírias aliadas de Ancara ataquem os civis na região.

"O Conselho Militar de Jarabulus anuncia sua retirada das posições ao sul do rio Sajur para preservar a vida dos civis e para que não haja nenhuma desculpa para a continuação dos bombardeios contra as aldeias e a população", detalharam os combatentes em comunicado ao qual a Agência Efe teve acesso.

O rio Sajur, um afluente do Eufrates, se encontra cerca de 20 quilômetros ao sul de Jarabulus e representa a linha de defesa mais avançada estabelecida pelo Conselho Militar de Manbij, que também é integrado por combatentes curdos, para proteger essa cidade localizada cerca de 30 quilômetros ao sul de Jarabulus.

Essa decisão foi tomada após "os massacres cometidos pela aviação da ocupação turca e os bombardeios contra os civis nas populações ao sul de Jarabulus", acrescentou o conselho na nota.

Além disso, os combatentes afirmaram que a decisão responde às ameaças dos rebeldes sírios que lutam ao lado da Turquia, que prometeram continuar com os ataques contra essas aldeias se integrantes do Conselho Militar de Jarabulus permanecerem nessa região.

O Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) informou hoje que as forças turcas e os rebeldes sírios aliados conseguiram capturar 21 vilarejos no norte da província de Aleppo desde 25 de agosto, que anteriormente estavam nas mãos dos Conselhos Militares de Jarabulus e Manbij.

Os combates entre as partes estão acompanhados de intensos bombardeios da aviação turca, que ontem causaram a morte de 41 civis nas aldeias de Bir al Kusa e Magar al Sarisat, segundo a última apuração de hoje do OSDH.

A Turquia advertiu várias vezes que não permitirá que as forças curdas conectem seus domínios ao leste do rio Eufrates com o enclave de Afrin, a oeste, o que lhes permitiria controlar uma faixa de território ao longo da fronteira turca.