Ex-preso de Guantánamo refugiado no Uruguai é internado após greve de fome
Amparado como refugiado no Uruguai, o ex-preso de Guantánamo Jihad Ahmad Diyab foi internado em uma clínica de Montevidéu devido à deterioração de sua saúde provocada pela greve de fome que realiza há cerca de um mês, confirmou à Agência Efe neste sábado o responsável pela ligação do ex-detento com o governo do país, Christian Mirza.
"De algum modo ontem, ele estava em situação mais delicada, com indicadores mais preocupantes. Em razão disso, os médicos recomendaram sua internação. Conversamos com ele pessoalmente e ele aceitou ir ao hospital hoje", explicou.
O ex-presidiário sírio deu entrada no Hospital das Clínicas de Montevidéu há poucas horas. Espera-se que em breve os médicos que estão o avaliando informem sobre os resultados, disse Mirza.
O nome de Jihad Ahmad Diyab ganhou a imprensa depois de ele ter tentado entrar cruzar a fronteira com o Brasil pouco antes da realização dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Ele já tinha sido barrado por constar em listas de serviços de inteligência internacionais por estar envolvido em situações de terrorismo. Em entrevistas, já chegou a mostrar simpatia pela Al Qaeda.
Segundo o ativista Andrés Conteris, Diyab está realizando uma greve de fome há quase um mês e deixou de consumir líquidos há uma semana para pressionar o governo a permitir sua saída do país.
Na última quinta-feira, o ministro das Relações Exteriores do Uruguai, Rodolfo Nin Novoa, participou de uma reunião com várias associações de direitos humanos. No encontro, foi acordado o envio de duas cartas, uma aos Estados Unidos e outra à Agência da ONU para os Refugiados, para tentar que ele seja aceito em algum país árabe.
O chanceler confirmou que as cartas já foram enviadas e que o governo está fazendo o possível para resolver a situação.
Depois de tentar entrar no Brasil, Diyab deixou o Uruguai em junho. No fim de julho, se apresentou no consulado uruguaio em Caracas, onde pediu para ser enviado a um terceiro país para se reunir com sua família. No entanto, acabou deportado a Montevidéu.
No total, quatro sírios, um tunisiano e um palestino foram recebidos no Uruguai em dezembro de 2014, como parte do compromisso do então presidente, José Mujica, de colaborar com Barack Obama para o fechamento da prisão de Guantánamo.
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