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EUA ameaçam suspender cooperação com a Rússia na Síria

28/09/2016 13h28

Washington, 28 set (EFE).- O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, ameaçou nesta quarta-feira, em conversa por telefone com o colega russo, Sergey Lavrov, suspender a cooperação bilateral com a Rússia em relação à Síria, a não ser que os russos atuem "imediatamente" para acabar com a ofensiva em Aleppo e restaurar o cessar-fogo, informou o Departamento de Estado em comunicado.

"Ele (Kerry) informou ao ministro das Relações Exteriores (russo) que os Estados Unidos estão fazendo preparativos para suspender a cooperação bilateral com a Rússia na Síria", afirmou o porta-voz do Departamento de Estado, John Kirby.

Essa suspensão ocorrerá "a não ser que Rússia dê passos imediatos para acabar com a ofensiva a Aleppo e restaurar a cessação de hostilidades" estipulada por Washington e Moscou e que deixou de valer há mais de uma semana, acrescentou.

A decisão dos EUA fecharia a porta para o "estabelecimento do Centro de Implementação Conjunta", mecanismo com o qual Estados Unidos e Rússia planejavam se coordenar para atacar unidos Estado Islâmico (EI) e Al Nusra na Síria quando fosse garantido o cumprimento da trégua e a entrega de ajuda humanitária durante uma semana.

Durante a Assembleia Geral da ONU, na semana passada, Kerry e Lavrov tentaram chegar a um acordo para retomar a cessação de hostilidades, mas fracassaram devido às grandes diferenças e à ofensiva iniciada na quinta-feira passada em Aleppo pelas autoridades sírias, respaldadas pela aviação russa.

Na conversa dest quarta-feira com Lavrov, Kerry "expressou grave preocupação pela deteriorada situação na Síria, principalmente pelos ataques contínuos da Rússia e do regime sírio em hospitais, na rede de fornecimento de água e outras infraestruturas civis em Aleppo", segundo Kirby.

"O secretário de Estado deixou claro que os Estados Unidos e seus aliados consideram a Rússia responsável desta situação, inclusive pelo uso em área urbana de bombas para destruir bunkers, que significa um grande risco para os civis", sustentou o porta-voz.

Kerry "ressaltou que a Rússia segue tendo a responsabilidade de acabar com esta ofensiva e permitir o acesso humanitário a Aleppo e outras áreas necessitadas", acrescentou.