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Ofensiva governamental faz 16 mil civis fugirem do leste de Aleppo

29/11/2016 08h52

Genebra, 29 nov (EFE).- Aproximadamente, 16 mil civis que viviam em áreas do leste de Aleppo conquistadas pelo Exército sírio nos últimos dias fugiram e buscam desesperadamente se refugiar em áreas mais seguras, denunciou nesta terça-feira o principal responsável da ONU para Assuntos Humanitários, Stephen O'Brien.

"Relatórios iniciais indicam que até 16 mil pessoas foram deslocadas, muitas em situações incertas e muito precárias. Se os combates continuarem e aumentarem nos próximos dias, seguramente haverá milhares mais que não terão mais opção, além de fugir. Estou muito preocupado com o destino dos civis como resultado de uma situação muito alarmante e apavorante na cidade de Aleppo", indicou O'Brien em comunicado.

As forças do regime de Bashar al Assad recuperaram nos últimos dias 30% do território de Aleppo oriental que os rebeldes controlavam há quatro anos.

Esta ofensiva foi realizada mediante "bombardeios aéreos indiscriminados" que mataram vários civis, e que destroem deliberadamente infraestruturas essenciais para os civis.

O'Brien lembrou que não há nenhum hospital em funcionamento na cidade e que as reservas de comida estão praticamente esgotadas.

"As partes em conflito na Síria demonstraram que estão dispostas a realizar qualquer ação para manter uma vantagem militar inclusive se isso significar assassinar, mutilar ou matar de fome os civis", disse ele.

O responsável humanitário afirmou que nos distritos em poder dos efetivos governamentais, a ONU e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) oferecem assistência aos civis que chegaram. Além destas ações paliativas, O'Brien pediu a todas as partes em conflito que "restaurem a humanidade básica na Síria".

"Peço para que acabem os assédios, assegurem que os civis e as infraestruturas não são um alvo, e que permitam às organizações humanitárias acesso sem impedimentos para poder ajudar os deslocados e às pessoas desse lugar", disse ele.

Além disso, o responsável lembrou que qualquer evacuação de civis deve ser feita de forma segura, voluntária e com a aplicação da lei humanitária internacional.