"Estamos sem comida e calefação em Aleppo", diz ativista
"Estamos sem comida, água e calefação, faz muito frio - 3 graus abaixo de zero-, e nevou ", alertou nesta quarta-feira o ativista opositor Mohammed Yasser, que segue preso no leste da cidade síria de Aleppo.
Yasser afirmou em uma conversa telefônica com a Agência Efe que as condições são "muito ruins" na zona sitiada, onde prevalece a desinformação sobre o motivo do atraso da evacuação, que até o dia de ontem transcorria com normalidade.
"Não disseram nada, nem qual é o problema. Ouvimos que há uma disputa sobre o mecanismo de evacuação das pessoas de Fua e Kefraya, talvez sobre o número de ônibus, mas não sabemos", indicou Yasser.
Enquanto isso, há cerca de 70 ônibus que entraram ontem nos distritos assediados de Aleppo que ainda não puderam sair e que seguem à espera de receber sinal verde para deixar a zona, afirmou o ativista.
Anteriormente, o Observatório Sírio de Direitos Humanos tinha informado que havia atrasos nas evacuações de Aleppo e dos povoados de maioria xiita de Fua e Kefraya, sitiados pela Frente da Conquista o Levante (ex-filial síria da Al Qaeda) e localizados na província setentrional de Idlib.
A ONG explicou que a demora se deve a uma disputa entre o grupo xiita libanês Hezbollah e Irã, aliados do governo de Damasco, sobre os mecanismos e prioridades do acordo alcançado no sábado entre Ancara, que respalda os rebeldes, Moscou e Teerã; embora não tenha oferecido mais detalhes.
Dito pacto estipula a saída de cerca de 2,5 mil pessoas de Fua e Kefraya, em troca do reatamento da evacuação em Aleppo, que foi suspenso na sexta-feira no meio de acusações cruzadas entre as partes.
O Observatório destacou que as facções armadas que cercam ++Fua++ e Kefraya obstruem a operação e entorpecem a saída de ônibus.
A agência de notícias oficial síria "Sana" afirmou que o atraso na evacuação da última rodízio de "terroristas e suas famílias" do leste de Aleppo se deve a divergências entre os grupos armados dessa área, o que também causou um atraso na evacuação de doentes, feridos, mulheres e menores de Fua e Kefraya.
O governo sírio -acrescentou a nota- se compromete a cumprir com o acordo, cujo objetivo é "limpar a cidade de Aleppo de armas e combatentes, e evacuar centenas de pessoas de Fua e Kefraya, sitiadas por terroristas".
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