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George Michael, um turbulento ícone do pop, morre aos 53 anos

25/12/2016 23h07

Guillermo Ximenis.

Londres, 25 dez (EFE).- O cantor britânico George Michael, que morreu neste domingo aos 53 anos, foi um ícone da cultura popular, conhecido tanto pelos sucessos que emplacou nos primeiros lugares das listas de vendas como por sua turbulenta vida pessoal.

Brilhou como membro do duo Wham! e como solista ao longo de uma carreira na qual vendeu mais de 100 milhões de discos, que inclui músicas que se transformaram em clássicos do pop como "Careless Whisper" e "Faith".

Se ganhou um nome na indústria musical por méritos próprios, com a passagem dos anos, seus problemas com a lei e sua relação com as drogas começaram a ter destaque na imprensa.

A última vez que suas músicas estiveram no "top 10" no Reino Unido foi em 2004 - "Flawless (Go To The City)" e "Amazing" -, e em 2008 anunciou sua intenção de se aponsentar dos palcos, embora três anos mais tarde tenha retomado parte da atividade.

Filho de um greco-cipriota e uma britânica, Michael nasceu em 25 de junho de 1963 em ao bairro de East Finchley, ao norte de Londres, com o nome de Georgios Kyriacos Panayiotiu.

Ficou famoso quando ainda era um adolescente, no começo dos anos 80, após formar com seu colega de escola Andrew Ridgeley o Wham!, duo com o qual fizeram sucesso após sucesso - "Club Tropicana", "Young Guns (Go For It)" e "Last Christmas", entre outros, culminando com o hit "Wake me Up Before You Go-Go".

Os amigos terminaram a parceria quando estavam no auge, com a publicação de um último single, "The Edge Of Heaven" (1986), que voltou a ser sucesso de vendas, e com uma série de shows no estádio de Wembley.

Esse foi o começo da brilhante carreira solo de Michael, que colaborou em algumas ocasiões com artistas como Aretha Franklin, Elton John e a banda Queen - após a morte de Freddie Mercury -.

Seu primeiro álbum solo, "Faith", foi um sucesso de vendas multimilionário em 1988, embora tenha aberto uma longa batalha legal entre o cantor e a companhia Sony, da qual tentava se desligar.

A esse trabalho seguiram "Listen Without Prejudice Vol. 1", em 1990, "Five Live" (1993), "Older" (1996) e "Songs from the Last Century" (1999), entre outros.

As turbulências começaram a acontecer em 1998, após anos nos quais tinha recusado se pronunciar sobre sua homossexualidade, quando foi detido em um banheiro público na Califórnia por "realizar atos obscenos".

Esse incidente, que ele mesmo parodiou pouco depois no vídeo "Outside", o levou a declarar abertamente que era gay, assim como sua relação com o americano Kenny Goss.

Michael voltou a estampar as capas de jornais e revistas quando em 2006 foi detido pela Polícia londrina dormido ao volante de seu BMW em estado de embriaguez, supostamente agravado por consumo de maconha.

Em 2008 anunciou sua intenção de deixar de fazer shows e se afastar da vida pública, mas somente um mês depois voltava a estar de novo no foco da mídia, ao ser detido por posse de cocaína e outras substâncias.

Em 2010, Michael recebeu uma sentença de oito semanas de prisão por um incidente no qual bateu seu Range Rover contra uma loja no norte de Londres.

Um ano depois, anunciou oficialmente o final de sua problemática relação de 15 anos com Goss, embora tenha garantido que tinham se separado dois anos antes, e em 2012 tentou relançar sua carreira musical, com uma apresentação na cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos de Londres.

Durante a última década de sua vida perseguiram-no os problemas de saúde. A estrela do pop esteve à beira da morte em 2011 devido a uma pneumonia.

Voltou a estar internado 18 meses depois por causa de uma lesão na cabeça provocada durante um estranho incidente em uma estrada britânica no qual caiu do veículo no qual circulava.

Sua morte, que a Polícia qualificou de "inexplicada, mas não suspeita", aconteceu "durante o período natalino", segundo seu representante.